V Jornada de Estudos da Antiguidade

Cartaz ceia padro5

Programação

30/06 – Segunda-feira

  • CONFERÊNCIA: 18:00 – Sala 218 (auditório) Bl C

Lemúrias: Quando os vivos apaziguavam os mortos errantes na Roma
Profª. Dr.ª Regina Maria da Cunha Bustamante (LHIA-UFRJ)

Resumo: Um dos principais aspectos da Roma antiga era a preocupação com o culto dos mortos, que estava inserido no âmbito doméstico, mas sua celebração correta interessava a toda a comunidade. O culto dos mortos abrangia desde os rituais funerários, quando o cadáver era transformado em defunto e passava a fazer parte dos Deuses Manes (Dii Manes), sendo então cultuado no dia de aniversário da sua morte, até as festas estipuladas pelo calendário, como as Ferálias, Carístia e Parentálias em fevereiro, em que os Manes eram festejados com sacrifícios, oferendas, libações e banquetes. Os mortos, que não eram nem enterrados, os denominados lêmures, eram reputados como perigosos, pois sendo errantes podiam atormentar os vivos. Para apaziguá-los, uma festa específica lhes era consagrada no mês de maio: as Lemúrias. Nesta conferência, serão apresentados o seu ritual e os seu simbolismo visando compreender o sentido e a importância das Lemúrias para a sociedade romana, através, principalmente, da análise de Fastos V, 419-493 de Ovídio.

01/07 – Terça-feira

  • SESSÕES DE COMUNICAÇÃO – 08:00 às 09:45

Sessão de Comunicações I:  Sala 305 Bl B
A GRÉCIA DIALOGANDO COM A HISTÓRIA E A MODERNIDADE
Coordenadora: Prof.ª Rívia Fonseca (CEIA-UFF)

1. Aspectos da Mitologia Grega no conto “A Bela Adormecida”
Ilana Neves Pinto (UNESA)

Resumo: Ao termos contato com a literatura infantil, observamos uma intertextualidade entre alguns mitos medievais, representados nos contos infanto-juvenis contemporâneos, e a mitologia grega. Procuramos, dessa forma, analisar o conto A Bela Adormecida sob uma abordagem mitológica, especialmente o mito da deusa Discódia, apresentando a interseção desse mito, por exemplo, com a quarta fada, que não teria sido convidada para festa da princesinha récem-nascida. Nosso objetivo maior é mostrar o quanto a nossa Cultura Ocidental é devedora da Cultura Clássica.

2. A Construção do herói da Odisséia à luz do olhar feminino
Joyce Vieira de Abreu (UNIPLI)

Resumo: À luz dos estudos antropológicos contemporâneos, que a identidade apresenta-se como uma construção através das práticas sociais, ou seja, no contato com o outro, procuramos fazer uma análise da identidade do herói Odisseu em seu contato com as personagens femininas, as quais maçaram a sua trajetória nos versos homéricos. Nossa pesquisa, na verdade, faz parte do nosso Trabalho de Conclusão de Curso da Graduação de Letras e a nossa abordagem consistiu em construir aos poucos o herói, levando em conta a expectativa feminina. Para esse trabalho, selecionamos algumas personagens entre deusas e mortais, que, de alguma forma, sempre esperaram por alguém como Odisseu em suas vidas.

3. O Comportamento de Medeia à luz do Behaviorismo
Juliana Menezes Caldeira (UNESA)

Resumo: Burn (1992) afirma que o trágico em si parte do princípio da dualidade da articulação entre a razão e a emoção. As tragédias gregas tratam de mitos distintos, mas apresentam algo em comum: o trágico dá-se pela superação da razão pelo emocional; Medeia sabe que erra, entretanto ela é movida pela emoção e não pela racionalidade. Notadamente, segundo Burn, o ciúme é o sentimento que norteia o comportamento de Medeia, ou seja, é uma angústia provocada pelo sentimento exacerbado de posse. Dessa forma, é a partir da discussão sobre o comportamento humano, postulado pelo Behaviorismo, que buscaremos fazer uma análise sobre o que motivou Medeia a praticar seus atos.

4. Os sentidos das comunicações de Odisseu e de Enéias com o mundo dos mortos
Roosevelt Araújo da Rocha Júnior (IEL-UNICAMP)

Resumo: Nesse trabalho abordarei o problema dos sentidos das comunicações que Odisseu (no final do Livro X e em todo o Livro XI, da Odisséia, de Homero) e Enéias (no Livro VI da Eneida, de Virgílio) realizam com o mundo dos mortos: porque eles enfrentam perigos enormes e entram em contato com as sombras? A princípio, veremos que há motivos aparentes dos quais os textos nos falam claramente. Mas logo observamos que esses motivos aparentes não são suficientes para explicar satisfatoriamente a ‘nékyia’ homérica e o ‘descensus’ virgiliano. Para que possamos compreender os textos mais proveitosamente precisamos notar que há também ‘motivos ocultos’ que podem ser encontrados nas entrelinhas dos textos e em outras passagens das epopéias além das que tratam das comunicações com o mundo dos mortos.

Sessão de Comunicações II: Sala 203 Bl B
A IDEIA DE JUSTIÇA EM CÍCERO, SALÚSTIO E SÊNECA
Coordenadora: Profª. Dr.ª Claudia Beltrão (CEIA/UFF – UNIRIO)

 

1. A Idéia de Justiça no De Oficiis de Cícero
Cynthia Fevereiro Turack (História-UNIRIO)

Resumo: Nosso objetivo é analisar a idéia de justiça e seu contraponto, a injustiça, nos parágrafos 45 a 60 do tratado De Officiis, de Marco Túlio Cícero, estabelecendo suas relações com as redes temáticas da República e da Tirania. Utilizamos o método da leitura isotópica e do quadrado semiótico para buscar compreender como Cícero apresenta sua idéia da justiça para, a partir dela, apresentar um modelo de Estado justo (res publica), que acreditava ideal para Roma, cuja situação presente, para ele, representava a Tirania.

2. Injustiça Salustiana da Catilina
João Cerineu Leite de Carvalho (História-UNIRIO)

Resumo: No século I a.C., em meio a transformações sociais (conseqüência da expansão imperialista iniciada no século V a.C.), as riquezas escoadas para Roma e o gosto pela pilhagem adquirido pelos soldados e generais romanos em anos de guerras fizeram com que antigos valores mudassem. Os conflitos sociais se tornaram mais freqüentes, destacando-se um em particular: a conjuração de Catilina, um membro empobrecido da antiga nobreza de sangue, que não via outra saída para mudar sua situação (e de muitos outros descontentes), a não ser a de marchar sobre Roma e tomar o poder. Caio Salústio Crispo, um co-partidário de Júlio César, conseqüente inimigo de Cícero (que acaba por ser o principal responsável pela derrota de Catilina), descreve esse episódio da história romana anos depois. Sua monografia é produzida como tentativa de demonstrar que o retorno às antigas tradições romanas (mos maiorum) seria a única saída para curar a decadente Roma. Analisaremos, então, essa monografia, utilizando a leitura isotópica, destacando dois eixos temáticos (Justiça-Injustiça; Paz-Guerra). Buscamos, assim, chegar ao projeto salustiano para a sociedade romana com a construção de um quadrado semiótico utilizando os dois textos propostos.

3. A Justiça como Virtude do Bom Governante
Marcelo Senna Miranda (História-UNIRIO)

Resumo: Este trabalho é uma análise do Tratado sobre a Clemência de Sêneca, que visa analisar as relações do tratado com a idéia de justiça, mais especificamente a clemência como um instrumento do governante de aplicar a justiça. Este trabalho utiliza alguns elementos da semiótica, como o método do Quadrado Semiótico e da leitura isotópica. O trabalho procura mostrar a idéias que Sêneca tem do governante ideal (o bom príncipe) e do tirano (mau príncipe), ressaltando os vários aspectos de um governante romano, que são as guerras, o modo de governar, seus valores morais e os modos de seu povo em relação à eles.

4. A Idéia de Justiça na I Catilinária de Cícero
Priscila de Assis Giraldez Garcia (História-UNIRIO)

Resumo: O trabalho “A Idéia de Justiça na I Catilinária de Cícero” foi elaborado para o Seminário Curricular de Pesquisa em História Antiga orientado pela professora doutora Claudia Beltrão. Como fonte foi utilizada a I Catilinária de Marco Túlio Cícero. O método utilizado foi o de leitura isotópica elaborado por Ciro Flamarion Cardoso, baseado na teoria de Algirdas Greimas e Joseph Courtés. Através da análise isotópica pretendemos compreender as funções da idéia de justiça nesse autor. A interpretação do discurso foi feita a partir da grade de leitura e seus três eixos semânticos: temático, figurativo e axiológico; e do quadrado semiótico. Os eixos temáticos escolhidos foram: Estado justo, representando a idéia de justiça e Tirania, a de injustiça. Na interpretação do discurso através da leitura isotópica, o objetivo foi procurar encontrar na I Catlinária os elementos que Cícero utiliza para legitimar a República como o Estado justo, reflexo do que acreditava serem valores tradicionais romanos, que ligam o cidadão ao Estado, em contraposição à tirania representada por Catilina.

  • SESSÕES DE COMUNICAÇÃO: 10:00 às 12:00

Sessão de Comunicações I: Sala 305 Bl B
O HOMEM ANTIGO E O SOBRENATURAL
Coordenadora: Profª. Dr.ª Gloria Braga Onelley (Letras – UFF)

1. Exegi monumentum aere perennius: viver, morrer e renascer na poesia
Profª. Dr.ª Arlete José Mota (UFRJ)

Resumo: Horácio é poeta de muitas vidas. Enquanto dados biográficos o situam no século de Augusto, o ingenium do grande lírico construiu uma obra de inestimável valor até nossos dias. Poeta de muitas vidas: vidas de seus inesquecíveis personagens. Licínio, Lídia, um importuno tagarela, um confuso Priapo e tantos outros. Reais ou imaginários, possíveis, além de imprimir movimento ao texto, como nos diálogos das Sátiras, vivificam comportamentos reprováveis e servem de exemplo às filosofias horacianas.

2. Morrer pela Pátria: a Face Política de Horácio
Profª. Dr.ª Ana Thereza

Resumo: Se Horácio legou-nos uma inquestionável sabedoria, fruto de observação e estudo da filosofia, o vate vivenciou igualmente as experiências de combate. Morrer pela pátria representa, no momento em que o poeta se juntou ao exército de Bruto, um desejo de eternizar-se através de feitos heróicos. O patriotismo que pode ser exemplificado pelas odes I,14, I,37 e III,2 refletem de forma ímpar a face política de um agradecido poeta protegido por Mecenas.

3. A Glorificação do Atleta no Mundo dos Vivos e no Hades
Prof.ª Dr.ª Shirley Peçanha (Letras-UFRJ)

Resumo: Considerando-se a ode Olímpica XIV de Píndaro, que celebra o jovem Asópico de Orcômeno por sua vitória atlética e destaca a presença e ação das Graças e de Eco, neste comunicação, pretende-se discutir a influência do sobrenatural na tessitura de versos que possibilitam ao poeta imortalizar o atleta vencedor, não só entre os seus contemporâneos e os pósteros, mas também entre os que habitam o Hádes.

4. O destino do homem: o Hades e os Campos Elísios
Prof.ª Dr.ª Glória Braga Onelley (Letras-UFF)

Resumo: A par da conecpção predominante nos Poemas Homéricos de ser o Hades a estância sombria e tenebrosa destinada às almas dos mortos, há uma outra crença, mencionada pela primeira vez em Odisséia, de o homem continuar sua existência, num lugar privilegiado, sem experimentar o transe da morte. Com base em algumas passagens de Odisséia, serão examinadas concepções antagônicas sobre o destino do homem.

Sessão de Comunicações II: Sala 107 Bl C
CONSIDERAÇÕES FILOSÓFICAS SOBRE A VIDA E A MORTE
Coordenadora: Prof. Dr. Fernando Décio Muniz

1. Apenas Viver e Viver Bem: Considerações sobre o infinito em Aristóteles
Prof. Dr. Cláudio Oliveira (UFRJ)

Resumo: Partindo da afirmação aristotélica na Política (1258a) de que “o desejo de viver é ilimitado”, pretendemos investigar em que medida o desejo de apenas viver instaura o que Aristóteles chama de uma busca infinita de enriquecimento. O trabalho também pretende indagar o que o desejo de apenas viver tem a ver com aquilo que instaura a posição do escravo no mundo antigo: do escravo como o homem que, diante da morte, recua, em nome do apenas viver. O discurso de Aquiles no Hades descrito na Odisséia deverá ser esclarecido nesse sentido.

2. Quando, no filosofar, morte e vida não se opõem
Izabela Aquino Bocayuva (Doutora UFRJ – UNESA)

Resumo: No pensamento de Platão, encontramos uma experiência singular de morte, mas também de vida. Trata-se do filosofar propriamente dito, considerado no diálogo (…)

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