II Jornada de Estudos da Antiguidade

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Programação

Dia Horário Local Atividade

25/10 Segunda-feira

8:30h Sala 213 – Bl. O

 Abertura

9h às 10:40h Sala 213 – Bl. O

Sessão de comunicações I: “Teatro grego, Romance romano: reflexões sobre o texto literário Clássico”

10:50h às 12:30h

Sala 213 – Bl. O

Sessão de comunicações II: “Poder, alteridade e bens de prestígio: etíopes, gregos, celtas e germanos”
14h às 16h Sala 213 – Bl. O  Mesa redonda: “A épica nas sociedades Antigas”
16:30 às 17:45h Sala 213 – Bl. O  Conferência: “O Brihadaranyaka Upanishad e a sociedade indiana Antiga” – Profº. Dr. Edgard Ferreira Neto (UERJ/UNIRIO)
18h Sala 213 – Bl. O

O cantar das musas: recital de poesias do Mundo Antigo

26/10 Terça-feira

8h às 9:45h Sala 210 – Bl. N

Sessão de comunicações III: “Sociedade e religião no Antigo Oriente próximo: os casos do Egito faraônico e do Israel bíblico”

10h às 11:45 Sala 210 – Bl. N

Sessão de comunicações IV: “Olhares sobre o cristianismo nascente”

Sala 214 – Bl. N

Sessão de comunicações V: “O imaginário da morte na Grécia Antiga”

14 h às 16h Sala 213 – Bl. O Mesa redonda: “Texto e sociedade na Grécia Antiga”
16:30h às 17:45h Sala 213 – Bl. O Conferência: “Escribas:percalços de um ofício privilegiado” – Profª. Drª. Margaret Marchiori Bakos (UFRGS)
18h Sala 213 – Bl. O

 Teatro: As “Coéforas”, de Ésquilo

27/10 Quarta-feira

8h às 9:45h

Sala 316 – Bl. N

Sessão de comunicações VI: “Ética e política na Roma Antiga”

10h às 11:45

Sala 316 – Bl. N

Sessão de comunicações VII: “Continuidades e descontinuidades na transmissão cultural da Hélade”

Sala 318 – Bl. N

Sessão de comunicações VIII: “Homens e mulheres: cotidiano e mentalidades na Grécia Antiga”

14 h às 16h Auditório Florestan Fernandes – térreo -bl. D

Mesa redonda: “Texto e sociedade na Roma Antiga”

16:30h às 17:45h Auditório Florestan Fernandes – térreo -bl. D

Conferência: “Simônides de Ceos, o aedo da Batalha de Platéias” – Profª. Drª. Nely Pessanha (UFRJ)

18h Auditório Florestan Fernandes – térreo -bl. D

 Dança: “Um tributo ao Egito Antigo”

18:30h

Auditório Florestan Fernandes – térreo -bl. D

Encerramento

25 DE OUTUBRO DE 1999

  • Sessão de Abertura: 08:30 – sala 213 Bl O

  • Sessões Temáticas de Comunicação

Sessão de Comunicações I: 09:00 / 10:40 – Sala 213-O
REFLEXÕES SOBRE O MITO GREGO E A POÉTICA CLÁSSICA
Coordenador: Ciro Flamarion Cardoso (CEIA-UFF)

1. O Mito de Orfeu nas Metamorfoses de Ovídio
Ana Lúcia Cerqueira (CEIA-UFF)

Resumo: O trabalho permite uma leitura do mito de Orfeu a partir do texto ovidiano As Metamorfoses, sublinhando ainda o simbolismo das direções nas culturas antigas e a importância do orfismo na história da espiritualidade grega, sem perder de vista a retomada do mito em outros textos literários.

2. O ethos trágico na Poética de Aristóteles
Maria Helena Varela (CEIA-UFF)

Resumo: Revelando o avesso da moral heróica, a tragédia celebra a cidade como lugar onde se representam as relações entre o ethos trágico, a lei e o logos. Enlaçando a poética e a retórica, subordinando ambas à ética, Aristóteles restitui aos discursos verossímeis uma razoabilidade argumentativa e um sentido moral próximo dos filósofos da Nova Retórica e do Neopragmatismo contemporâneos.

3. Édipo, uma Proposta de Leitura
Maurício França de Santanna (CEIA-UFF)

Resumo: A presente comunicação tem como objetivo analisar o tipo de linguagem estabelecida entre Édipo e outros personagens, que aparecem na tragédia Édipo Rei, de Sófocles. É interessante notar como o personagem principal muda seu discurso dependendo das “perseguições” que podem vir a prejudicá-lo. Seu caráter é exaustivamente transformado no decorrer da tragédia e confirma o quanto as inovações de Sófocles são relevantes.

4. Electra: o Mito em Debate
Rívia Silveira Fonseca (CEIA-UFF)

Resumo: Este trabalho pretende apresentar o mito de Electra e observar o debate que se cria acerca do mito quando confrontamos os textos de dois tragediógrafos gregos Sófocles e Eurípedes.

Sessão de Comunicações II: 10:50 / 12:30 – Sala 213-O
PODER, ALTERIDADE E BENS DE PRESTÍGIO: ETÍOPES, GREGOS, CELTAS E GERMANOS
Coordenador: Manuel Rolph Cabeceiras (CEIA-UFF)

1. A Hospitalidade Céltica em Hochdorf
Adriene Baron Tacla (LHIA-UFRJ)

Resumo: Os contatos entre a pólis dos Massaliotas e os chefes celtas, tanto na documentação textual quanto na arqueológica, sempre ocorrem em rituais de banquete-hospitalidade ou a eles se remetem, evidenciando um ritual específico para que sejam entabuladas as relações e para que um estrangeiro seja aceito nessas sociedades. Objetivamos, assim, na presente comunicação, analisar as relações políticas entre a pólis dos Massaliotas e a tribo de Hochdorf, na segunda metade do século VI a.C., através da prática da hospitalidade céltica, partindo dos bens encontrados na tumba do chefe dessa tribo, próxima a Stuttgart, no sudoeste da Alemanha.

2. Imagem do Estado em Homero
Alexandre Galvão Carvalho (UESB)

Resumo: Esta comunicação trata da esfera política do mundo homérico. Uma análise da natureza do Estado Grego Arcaico, demonstrando as diversas opiniões, muitas vezes contraditórias, da sociedade homérica. As bases do poder real, abordadas através da hereditariedade e da sucessão real. O dom e o contra-dom como um mecanismo central de legitimação e mobilização política. O papel das assembléias nos poemas e a resolução dos conflitos nestas assembléias. Finalmente uma análise de um aspecto da ideologia, a dependência da vontade divina como um aspecto da ideologia.

3. Heródoto e os Etíopes
Cristiano Bispo (NEA-UERJ)

Resumo: A proposta de nosso trabalho é evidenciar como os gregos olhavam o outro – os negros etíopes – analisando em princípio a obra de Heródoto e algumas imagens nas quais percebemos uma aparente euforização, como podemos observar na seguinte citação: “(…) os etíopes são os mais altos e belos de todos os homens (…)”. (Heródoto, Livro III).

4. O Poder Real e seus Símbolos em Beowulf
Jorge Ricardo C. de Carvalho R. da Câmara (CEIA-UFF)

Resumo: O poema épico anglo-saxão Beowulf é rico em descrições sobre as características, manifestações e manutenção do poder real, apresentando-se como uma útil fonte para o seu estudo no que diz respeito às populações germânicas na Alta Idade Média. Nestas comunidades de caráter tribal, o poder real se manifesta através do herói, o líder guerreiro, advindo de seu sucesso em batalha e da capacidade de arrebanhar um bando guerreiro. A manutenção do poder passa pela legitimação do líder junto à comunidade na medida em que ele se insere em certos códigos de conduta, ou seja, dentro dos limites impostos pela aristocracia de guerreiros, como justiça e generosidade, e pela sua capacidade em administrar o tesouro, como uma engrenagem essencial de um sistema de dom e contra-dom, que caracteriza a circulação de bens materiais: o rei é o “doador de anéis”. O outro aspecto da atividade do rei é que este deve ser um grande guerreiro, conseguindo assim o respeito de seus subordinados, e porque a atividade bélica e de conquista é essencial estabelecer uma base material (o butim) para a redistribuição de riquezas. A contrapartida é a fidelidade ao chefe tribal.

  • Mesa Redonda

A Épica nas Sociedades Antigas: 14:00 / 16:00 – sala 213 Bl O

1. As epopéias babilônicas: o exemplo Gilgamesh
Emanuel Bouzon (PUC-RJ)

Resumo: A épica é importante gênero da literatura babilônica, do qual é possível dar muitos exemplos: o Enunma elish (épica da criação), o poema de erra, a épica de Gilgamesh que é nosso objeto: além disso, poder-se-iam citar precursores sumérios (Gilgamesh e Agga). Umas das obras épicas mais conhecidas é, sem dúvida, o poema de Gilgamesh. A versão mais antiga, preservada parcialmente, é a paleobabilônica. A mais completa, contudo, é a versão ninivita, atribuída ao exorcista Sin-leqe-uninni. Poemas sumérios isolados constituíram certamente as fontes usadas nas versões babilônicas. A versão ninivita padrão compreende doze cantos, onze dos quais formam uma estrutura cíclica completa, sendo o último um acréscimo posterior.

2. A épica associada ao faraó no Antigo Egito: Königsnovelle
Ciro Flamarion Cardoso (CEIA-UFF)

Resumo: Trataremos de mostrar que, no pensamento egípcio, a lógica da monarquia divina associava o gênero épico principalmente à figura do faraó; umas poucas exceções são constituídas por relatos militares de tom épico em tumbas de particulares. O egiptólogo alemão Alfred Herrmann propôs definir certos textos egípcios como Königsnovelle ou “romances reais”: neles, os eventos relatados sofrem releitura poética e ideológica, surgindo topoi discursivos recorrentes que descrevem, não tanto reis individuais quanto o protótipo do faraó ideal: superiormente inteligente, campeão inigualável, piedoso em relação aos deuses (sendo, ele mesmo, divino), adorado e aclamado pelos súditos etc. A Königsnovelle não é um verdadeiro gênero: cobre textos de tipos e finalidades heterogêneos. Trata-se de uma modalidade multifuncional de discurso sobre o rei.

3. As Metamorfoses de Ovídio como poema épico
Manuel Rolph Cabeceiras (CEIA-UFF)

Resumo: A tradição vigente entre os antigos gregos de Homero como criador e modelo maior da epopéia, acabaria perpetuada por seus sucessores, os romanos, os quais elegem Virgílio, o “novo Homero”, como legítimo intérprete de Calíope. Ora, não se pode deixar o quanto uma tal leitura encobre da acirrada luta de representações culturais ocorrida sob o regime de Augusto, estando entre os seus resultados a estigmatização das várias tentativas de reinvenção do épico enraizadas na poesia helenística e culminadas no poema As Metamorfoses de Ovídio.

  • Conferência

O Brihadaranyaka Upanishad e a Sociedade Indiana Antiga: 16:30 / 17:45 – Sala 213 Bl O
Edgar Ferreira Neto (NEA-UERJ e UNIRIO)

  • Atividade Cultural

O Cantar das Musas: 18:00 – Sala 213 Bl O
Recital de Poesias do Mundo Antigo com Marta Fernandes de Carvalho e Paulo Roberto Pinheiro Felizardo

Programa:

De Safo de Lesbos (século VII / VI a.C.), Ode à Anactória (fr. 27, trad. Nely Pessanha) e Prece à Afrodite (fr. 1, trad. Nely Pessanha).

De Ovídio (43 a.C. – 17 d.C.), A Arte de Amar (I, 1-34, trad. Anna Lia A. de Almeida Prado) e As Metamorfoses (I, 76-78; dito o “O Homem”, trad. Maria da Glória Novak).

26 DE OUTUBRO DE 1999

  • Sessões Temáticas de Comunicação

Sessão de Comunicações III: 08:00 / 09:45 – Sala 210-N
SOCIEDADE E RELIGIÃO NO ANTIGO ORIENTE PRÓXIMO: OS CASOS DO EGITO FARAÔNICO E DO ISRAEL BÍBLICO
Coordenadora: Edna Ribeiro (CEIA-UFF)

1. A Narrativa Hebraica Bíblica: a Construção da Memória versus a Formação da Identidade Judaica
Cláudia Andrea Prata Ferreira (UFRJ)

Resumo: Tendo como referência a literatura hebraica bíblica, procuramos estudá-la como sendo um projeto de construção da memória. Essa memória construída literariamente a partir de uma tradição oral e escrita, evidencia uma relação singular entre o humano e o divino e procura legitimar em seu discurso a idéia de uma religião e tradição do livro.

2. Uma Interpretação Genética e Crítica da Religiosidade dos Antigos Hebreus
Edmílson Bento da Silva (CEIA-UFF)

Resumo: Exame das várias manifestações religiosas entre os antigos hebreus exteriores ao iaveísmo e das relações deste com essas manifestações.

3. O Culto Privado a Amon nos Textos e Iconografia da XVIII e XIX Dinastias
Julio Cesar Mendonça Gralha (CEIA-UFF)

Resumo: Através das estelas, dos textos e da iconografia nas tumbas de particulares, podemos perceber como este segmento social concebia o deus e como se relacionava com ele no cotidiano. Amon não era somente o Deus dos Faraós, ele era acessível as preocupações humanas e possuía diversas qualidades comuns aos egípcios.

4. O “Novo” Shawabti da Coleção Egípcia do Museu Nacional
Maria Beltrão e Moacir Elias Santos (Museu Nacional – UFRJ)

Resumo: A coleção egípcia do Museu Nacional possui um caráter ímpar. Em sua constituição, as peças, na sua maioria, foram adquiridas através de inúmeras doações, como as de D. Pedro I, em 1826; Sr. José Francisco Guimarães; Conselheiro Felipe Lopes Neto, em 1873; I. Dumont Villars; e do Dr. Artur Neiva. Desde o início do século, sem pesquisas em campo, a coleção parou de crescer; fortuitamente em 1997, a Srta. Anna Maria Massot Thompson doou uma estatueta pertencente a sua família. Esta foi prontamente identificada como um shawabti, uma figura mágica confeccionada para integrar o enxoval funerário dos antigos egípcios, a fim de substituir o morto em trabalhos na vida além-túmulo. Neste trabalho apresentaremos um estudo sobre a referida peça.

Sessão de Comunicações IV: 10:00 / 11:45 – Sala 210-N
OLHARES SOBRE O CRISTIANISMO NASCENTE
Coordenadora: Jandyra Figueiredo (CEIA-UFF)

1. Os Caminhos do Monaquismo Ocidental nos Séculos IV e V
Edmar Checon de Freitas (CEIA-UFF)

Resumo: Os séculos IV e V assistiram ao nascimento e enraizamento da vida monástica no Ocidente. Cerca de 200 anos antes de Bento de Núrsia, diversos homens e mulheres buscavam a vida retirada como forma de expressão do ideal cristão. Neste trabalho abordaremos as alternativas e desafios que se apresentaram aos ascetas do Ocidente, em meio às profundas transformações então em curso no mundo em que viviam.

2. Cristianismo e Práticas Sincréticas no Ocidente Tardo-Romano
Paulo Sérgio Barboza do Rozário (UFES)

Resumo: Em nosso procuramos demonstrar que no âmbito da religiosidade popular na Antigüidade Tardia, o cristianismo se propagou entre os grupos populares (humiliores urbanos) desenvolvendo inúmeras práticas consideradas sincréticas, pois a Igreja se utilizava de mecanismos provenientes da própria crença popular para adaptá-los ao cristianismo. A conversão dos grupos populares (humiliores urbanos) se deu em muito sentido através desses mecanismos que ora eram aceitos plenamente e ora eram repudiados pelos mesmos, estabelecendo assim em alguns sentidos uma “conversão” de verniz. Pois em alguns exemplos percebemos uma interação entre o cristianismo e antigas práticas pagãs no universo religioso dos grupos populares no Ocidente Tardo-Romano.

3. A Interiorização na Perspectiva Cristã
Uiara Barros Otero (LHIA-UFRJ)

Resumo: Esta comunicação diz respeito aos aspectos intrínsecos a vida dos cristãos, aos valores considerados supremos que devem ser interiorizados para garantir uma existência purificada no relacionamento com o divino. A nossa análise é desenvolvida a partir do texto do teólogo Orígenes do III século d.C.

4. Autoridade e Teocracia na Antigüidade Tardia
Carlos Vinícius e Silva Martines (CEIA-UFF)

Resumo: A presente comunicação se detém a fazer uma análise sobre a ideologia cristã durante a transição da Antigüidade para a Alta Idade Média.

Sessão de Comunicações V: 10:00 / 11:45 – Sala 214-N
O IMAGINÁRIO DA MORTE NA GRÉCIA ANTIGA
Coordenador: André Chevitarese (LHIA-UFRJ)

1. Dois Olhares sobre a Morte: Espectadores e Imagens na Atenas Clássica
Carla Motta do Nascimento e Paula Falcão Argôlo (LHIA-UFRJ)

Resumo: O presente trabalho tem como proposta pensar a morte sob duas perspectivas diferentes, quais sejam: a primeira apresentada pelo discurso cômico e a segunda pela iconografia. Para tanto, utilizaremos a peça As Rãs, de Aristófanes, e imagens que têm como suporte os lécitos áticos de fundo branco. Pretende-se mostrar como a morte é definida nesses dois lugares de produção da sociedade ateniense do V século a.C., percebendo, nas características levantadas em cada tipo de documentação, pontos de aproximação e distanciamento.

2. Perséfone e Orfeu: um Olhar sobre a Morte
Raphaela Serrador Ribeiro a Andréa Vila Nova de Abreu (LHIA-UFRJ)

Resumo: A presente comunicação tem por objetivo estabelecer uma análise comparativa entre os mitos de Perséfone e Orfeu e seus respectivos cultos, quais sejam, os mistérios de Elêusis e o Orfismo.

  • Mesa Redonda

Texto e Sociedade na Grécia Antiga: 14:00 / 16:00 – sala 213 Bl O

1. Armadilha da Linguagem no Texto Teatral
Sílvia Damasceno (CEIA-UFF)

Resumo: O lógos, na democracia ateniense, torna-se o instrumento político por excelência, superando os demais instrumentos do poder. No entanto, nem sempre o lógos está a serviço da verdade ou veicula idéias em conformidade com a justiça. Em Filóctetes, de Sófocles, esses discursos se confrontam, reproduzindo os debates retóricos tão em voga em Atenas. Esse trabalho pretende colocar em evidência esses aspectos.

2. Filoctetes: a Educação de um Aristhos
Maria Regina Cândido (LHIA-UFRJ)

Resumo: Partimos do princípio que na tragédia Filoctetes, Sófocles, definido como um escultor do comportamento humano, tem por objetivo chamar a atenção do público para a questão da formação do caráter humano.

3. Do Justo: a Reprodução da Obra Considerada Apócrifa
Auto Lyra Teixeira (UFRJ)

Resumo: Do Justo (Perì dikaíou) procura reproduzir um diálogo socrático, nele sobressaindo o uso de ára, partícula dedutiva.

  • Conferência

Escribas: Percalços de um Ofício Privilegiado: 16:30 / 17:45 – Sala 213 Bl O
Margaret Marchiori Bakos (UFRGS)

  • Atividade Cultural

Teatro – As Coéforas, de Ésquilo: 18:00 – Sala 213 Bl O
Grupo Kathársis (alunos da UFF)

Composta em 458 a.C. pelo dramaturgo ateniense Ésquilo (525-456 a.C.), esta é a segunda peça trágica da trilogia Oréstia, situada entre Agamêmnon e As Eumênides, tendo por matéria a vingança de Orestes, cuja temática se prende ao mito dos Atridas. Segundo este mito, os filhos de Pélops, Atreu e Tiestes se odiavam, já que Tiestes tinha cometido adultério com a esposa de Atreu e este, para se vingar, matara todos os filhos de Tiestes, com exceção de Egisto. Agamêmnon, um dos filhos de Atreu, rei de Micenas, casou-se com Clitemnestra, teve dois filhos (Orestes e Electra) e, liderando os gregos durante 10 anos, partiu para a Guerra de Tróia. Ao voltar da guerra, acompanhado de Cassandra, sua presa, é morto por Clitemnestra e Egisto, que tinha se tornado amante desta. Clitemnestra, atormentada pelo receio de alguma maldição, envia, com um grupo de cativas para fazer libações ao morto (daí, coéforas, “que fazem libações”), a sua filha Electra, a qual reencontra Orestes, de retorno a Micenas. Estes passam, então, a tramar a morte dos assassinos do pai. O elenco é composto pelos alunos Elisane Nunes da Silva, Espedita Alexandra Lira Mesquita, Jamaci Fontes da Silva, Maria Fernandes de Carvalho, Tatiana Vieira Barcelos (de Letras), Maurício Santanna (de História) e Marcos Vinícius Viana Ramos (de Engenharia) sob a direção da Profª Drª Ana Lúcia Cerqueira, e cenário de Allan Kardec Passos Soares.

27 DE OUTUBRO DE 1999

  • Sessões Temáticas de Comunicação

Sessão de Comunicações VI: 08:00 / 09:45 – Sala 316-N
ÉTICA E POLÍTICA NA ROMA ANTIGA
Coordenadora: Lívia Paes Barreto (CEIA-UFF)

1. Aeneis: Publica Magnificientia, Mos Maiorum e Auctoritas no Saeculum Augustum
Alex Catharino de Souza (LHIA-UFRJ)

Resumo: Nosso trabalho tem por objetivo analisar no poema épico Aeneis, escrito pelo poeta latino Publius Vergilius Maro (70-19 a.C.) entre os anos 29 e 19 a.C., os elementos que buscavam ressaltar o Mos Maiorum, a defesa destes valores morais e políticos por Otávio Augusto (63 a.C. – 14 A.D.), além de legitimar a Auctoritas deste Princeps, justificando o Principatus Romanum, através do processo de Publica Magnificientia realizado durante no Saelucum Augustum pelas elites municipais italianas.

2. De Símaco para Ausônio: Amizade e Política no Século IV d.C.
Carlos Augusto Ribeiro Machado (USP)

Resumo: No século IV d.C. o sistema político imperial passou por importantes transformações. Apesar de estas se encaminharem no sentido de maiores burocratização e centralização, não impediram que relações informais, como a amizade, continuassem exercendo um papel substancial no mundo político. A correspondência trocada entre Símaco e Ausônio, no final deste século, permite estudar como a amizade podia exercer um papel estruturante tanto para o poder pessoal de aristocratas, quanto para o exercício do poder público oficial.

3. Kathékon/Officium. O Problema da Tradução e a Construção de uma Ética Prática em Panéio/Cícero
Claudia Beltrão (CEIA-UFF / UNIRIO)

Resumo: O tema do tratado De Offiiis é concebido por Cícero no quadro do pensamento estóico, declaradamente o estoicismo “romanizado” de Panécio, na escolha dos termos e conteúdos. Na ética, a originalidade maior de Panécio liga-se principalmente ao fato de lançar o foco do argumento do sábio para as pessoas comuns, que desejam praticar as virtudes. Em Panécio, o tema dos deveres morais tem a ênfase dada nos resultados da ação, que podem ser obtidos pela obediência, a praecepta, pois uma “intenção” correta não está implicada. Os praecepta são direcionados não ao sábio, que é apto para chegar às ações corretas através do lógos, mas aos outros, a maioria dos homens. Cícero/Panécio cuidadosamente conectam os deveres com as ações corretas, e tal procedimento cria uma ética que define oficium como uma ação à qual uma razão persuasiva pode ser dada. Este é o lado prático da moralidade, a ética prática, que vê as máximas morais variando conforme as reais necessidades sociais.

4. A Elite Político-Econômica Romana vista a partir das Moedas do Baixo Império
Cláudio Umpierre Carlan (CEIA-UFF)

Resumo: O objetivo desta comunicação é analisar as moedas como um meio de legitimação e propaganda do poder imperial, discutindo a utilização de um simbolismo nas cunhagens das peças dos Imperadores do período, em especial Constâncio II. Tais imagens tinham um significado intrínseco, representando personagens de uma elite político-econômica, como um monumento a serviço do Estado. Para que isso seja possível, será necessário identificarmos o que realmente achamos de essencial na visualização, destacando o nosso objeto de estudo.

5. De Cícero a Apiano: os Conceitos de Ordem e Desordem na Sociedade Romana (século I a.C. e II d.C.)
Jorge Mario Davidson (CEIA-UFF)

Resumo: O trabalho reflete acerca dos conceitos de ordem e desordem na sociedade romana, em fins da República e no Alto Império. Constituem as principais fontes, os tratados De Legibus e De Re Publica, de Cícero, e as Guerras Civis, de Apiano. Metodologicamente, optamos por uma abordagem semiótica dos textos, em uma tentativa de alcançar a ideologia que preside a sua criação. Considerando a distância temporal entre ambos os autores, quase dois séculos, nosso enfoque move-se no terreno dos fenômenos sociais de longa duração, à procura das estruturas mentais que permitem a um determinado grupo compreender e organizar significativamente a realidade.

6. Escravidão, Conformismo e Resistência em Os Cativos de Plauto
Sônia Regina Rebel de Araújo (CEIA-UFF)

Resumo: O presente texto visa apresentar algumas considerações acerca da escravidão no mundo romano a partir da obra de Plauto, Os Cativos. Nela podemos observar os seguintes temas: situação do escravo, visto como propriedade e ser humano ao mesmo tempo, o que lhe possibilitava ser vendido, legado, castigado; conformismo e resistência de escravos a essas diversas situações; poder do amo sobre a propriedade, particularmente os escravos, o que se reflete no vocabulário empregado pelo autor. Desse modo, pretendo abordar o tema da escravidão em Plauto verificando que este fenômeno sócio-jurídico estava se consolidando na península italiana, no século III a.C., o que teve repercussões tanto no campo jurídico – uma vez que os numerosos cativos de guerra para Roma tornavam-se propriedades dos grandes proprietários de terra – quanto no âmbito da cultura, uma vez que o vocabulário de Plauto nessa peça acompanhou o processo de formação do modo de produção escravista em Roma.

Sessão de Comunicações VII: 10:00 / 11:45 – Sala 316-N
CONTINUIDADES E DESCONTINUIDADES NA TRANMISSÃO CULTURAL DA HÉLADE
Coordenadora: Maria Helena Varela (CEIA-UFF)

1. Platão e o Corpo Ideal
Andréia Santana da Costa Gonçalves (NEA-UERJ)

Resumo: A pesquisa procura repensar a questão da dualidade “corpo-alma” em Platão, buscando uma nova abordagem sobre o “corpo”; pretendendo assim, evidenciar o estabelecimento de um modelo de “corpo”, delineado por ele, partindo das obras A República e O Banquete.

2. As Imagens Lacônias da Guerra de Tróia
José Francisco de Moura (LHIA-UFRJ)

Resumo: É objetivo de nosso trabalho tentar fazer uma reflexão a respeito das imagens de vasos lacônios de figuras negras produzidos no século VI a.C. e de suas relações com a epopéia homérica. O fato de somente algumas cenas da guerra de Tróia serem representadas na imagética lacônia implicava uma escolha ideológica desses motivos. A afirmação da estética aristocrática e de uma mentalidade hoplítica, a se implantar no período, determinaram tanto a escolha de alguns temas pontuais quanto a exclusão de outros. A tradição literária, por um lado, associava os espartanos com a recepção primeira dos poemas homéricos. Sua representação a níveis imagéticos teria a função de congelar imagens que funcionassem como suporte da educação e ideologia dos esparciatas do período.

3. As Leituras Contemporâneas de Safo
José Roberto de Paiva Gomes (LHIA-UFRJ)

Resumo: Analisaremos, nesta comunicação, os diferentes aspectos de abordagem feitos por autores contemporâneos sobre a figura e a atuação social de Safo de Lesbos. As abordagens abrangem desde a releitura da poetisa na sociedade inglesa do século XVIII até as recentes pesquisas sobre seu caráter de praticante do lesbianismo, e as novas visões que a compreendem como um ser político.

4. Tucídides e Flávio Josefo: um Estudo da Historiografia Antiga a partir da Semiótica Textual
Luís Eduardo Lobianco (CEIA-UFF)

Resumo: O modelo historiográfico grego, na Antigüidade, determinava que o historiador descrevesse com clareza o que tinha visto com seus próprios olhos. Esta comunicação tem o objetivo de demonstrar – através da semiótica textual – que tanto em História da Guerra do Peloponeso, de Tucídides, quanto em História da Guerra dos Judeus contra os Romanos, de Flávio Josefo, ambos os historiadores se preocuparam em informar que seguiam tal modelo.

5. As Diferenças de Estrutura nos Diálogos de Platão
Mário Antônio de Lacerda Guerreiro (UFRJ)

Resumo: Diálogo, dianoia, dialética são três termos-chave para a compreensão do pensamento de Platão (427-348 a.C.) e sua forma de expressão. Victor Goldschimidt deu uma importante contribuição para este tópico a partir da classificação dos diálogos em aporéticos e dogmáticos. Pretendemos examinar a validade da referida classificação e verificar se ela é capaz de produzir maior esclarecimento da relação entre pensamento e expressão dentro da filosofia platônica envolvendo os mencionados termos-chave.

6. Da Grécia Arcaica à Grécia Clássica: o Valor do Discurso Oral
Valéria Reis (CEIA-UFF)

Resumo: A cultura grega do século VIII ao V século a.C. sofreu mudanças no seu contexto sócio-político, principalmente no que diz respeito à educação do homem para exercer a cidadania. Por ser uma cultura fundamentada no discurso oral, este trabalho terá como objetivo evidenciar essas mudanças sócio-políticas na trajetória do lógos.

Sessão de Comunicações VIII: 10:00 / 11:45 – Sala 318-N
HOMENS E MULHERES: COTIDIANO E MENTALIDADES NA GRÉCIA ANTIGA
Coordenadora: Maria Regina Candido (LHIA-UFRJ)

1. A Cultura do Agricultor e do Artesão em Corinto nos VII-VI séculos a.C.
Alexandre Carneiro Cerqueira Lima (LHIA-UFRJ)

Resumo: A presente comunicação tem como objetivo compreender os ritos praticados tanto pelos camponeses (georgoí) quanto pelos artesãos (demiurgoi) na pólis de Corinto nos séculos VII e VI a.C. Para tal, relacionamos o rito propiciatório do kômos com a atividade do oleiro, através da placa votiva de Pente Skouphia, encontrada no témenos do Santuário de Poseidon. Privilegiaremos em nosso trabalho a seguinte documentação: Escudo de Hesíodo, Odes de Anacreonte, Histórias de Heródoto, Descrição da Grécia de Pausânias e as imagens pintadas na placa votiva e na cerâmica coríntia.

2. O Espaço Social do Pescador na Atenas Clássica
Ana Lívia Bomfim Vieira (LHIA-UFRJ)

Resumo: Este trabalho objetiva analisar o papel social do pescador na sociedade ateniense do período clássico. Este homem era considerado um caçador, contudo, não gozava do mesmo status que este. O seu espaço era o do selvagem, contrário ao espaço do cidadão do civilizado, do caçador que lança mão da sua coragem para aprisionar a caça.

3. Esposas Atenienses e Integração Políade
Fábio de Souza Lessa (LHIA-UFRJ)

Resumo: Nesta comunicação pretendemos analisar a constituição de lugares sociais por parte das esposas dos cidadãos atenienses, possibilitando a sua integração na sociedade políade. Partimos do princípio de que as esposas atenienses constituíam, através das suas “maneiras de fazer”, lugares de ação na vida pública. Aproveitando ocasiões para prever saídas, elas adicionavam ao discurso idealizado masculino, que pressupunha a sua reclusão no oíkos, uma prática cotidiana de atuação formalizada.

4. O Método Médico na Grécia do V Século
Paula Maria de Oliveira (NEA-UERJ)

Resumo: Com a racionalização da physis, teremos uma mudança na prática médica, tanto religiosa quanto racional, pois ambas usando métodos de cura diferentes vão procurar buscar o equilíbrio da natureza do enfermo e restabelecer sua saúde.

5. Clitémnestra: Modelo Transgressor de Esposa – Atenas V século
Severina Oliveira Ramos (LHIA-UFRJ)

Resumo: Clitémnestra, esposa de Agamémnon, deixa transparecer, no decorrer da Oréstia, ter sido educada de acordo com o modelo ideal de comportamento (mélissa). Então como podemos entender a sua atuação em moldes completamente opostos daqueles pretendidos pela sociedade ateniense do período clássico, se a função do teatro era de educar o cidadão?

  • Mesa Redonda

Texto e Sociedade na Roma Antiga: 14:00 / 16:00 – Auditório Florestan Fernandes, Bl D, térreo

1. A Problemática da Tradução de Comédias Plautinas
Edna Ribeiro (CEIA-UFF)

Resumo: A tradução literária nos oferece uma possibilidade de acesso a obras de autores cuja língua não dominamos. Essa tarefa é alvo constante de críticas, pois o tradutor tem que optar entre a fidelidade à letra ou ao espírito. O texto em verso acrescenta ao problema da forma do significante o da forma métrica. A comédia é o non plus ultra da tradução, pela necessidade imperiosa de desencadear o riso.

2. A Eneida como Pedagogia do Príncipe
Syllas Mendes David (CEIA-UFF)

Resumo: A Eneida, apesar de inconclusa, apresenta elementos para uma leitura dos ideais de paz social que Virgílio, no fim de sua vida, augura ao Principado. O sonho do retorno cósmico da aurea aetas, no escapismo da poesia campestre, durante a guerra civil, dá lugar a uma “topia” humana de educação e de paz, na sociedade urbana dessa “Nova Tróia”, em Roma. O príncipe e os demais cidadãos têm por exemplar o piedoso herói, aprendiz e modelo de liderança, nos doze livros da epopéia, como que em doze trabalhos de Hércules, a serviço dos companheiros: um ideal no mínimo, inverso aos da virtù maquiavélica, pelo exercício das virtudes propostas no livro III da República de Platão.

3. Apício e a Construção do Padalar Romano-Imperial: Mil Sabores num Único
Regina Bustamante (LHIA-UFRJ)

Resumo: A partir da leitura analítica de Apicius, analisar-se-á a construção do paladar romano-imperial inserida numa perspectiva de história cultural.

  • Conferência

Escribas: Simônides de Ceos, o Aedo da Batalha de Platéias: 16:30 / 17:45 – Auditório Florestan Fernandes, Bl D, térreo
Nely Pessanha (UFRJ)

  • Atividade Cultural: Dança: 18:00 – Auditório Florestan Fernandes, Bl D, térreo

“Um Tributo ao Egito Antigo”
ALLEDANCE – Academia de Dança de Nilópolis

  • Encerramento

18:30 – Auditório Florestan Fernandes, Bl D, térreo

Jornada de Estudos da Antiguidade

Cursos de Extensão





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