XIII Jornada de Estudos da Antiguidade

Cartaz ceia padro13

  • Minicursos

9/10:30h, 3ª à 6ª feira (30/08 a 02/09)

01. Guerra Germânica: Dos Godos aos Vikings

Resumo: O mini curso tem como finalidade básica tratar do tema da guerra entre os povos germânicos da Antiguidade e Alta Idade Média, especialmente os Godos, os Anglo-Saxões e os Vikings. Serão apresentados os elementos básicos envolvendo a guerra, a figura dos guerreiros, estratégia, equipamentos e batalhas. Também serão considerados os elementos culturais que envolvem a temática dos conflitos bélicos para as sociedades germânicas, bem como referenciais da história militar.

Roteiro:
Guerreiros Godos: Prof. Sandro Teixeira (ECEME/UNIRIO/CEIA)
Guerreiros Anglo-Saxões: Prof. João Bittencourt (UERJ)
Guerreiros Vikings: Prof. Johnni Langer (UFMA/NEVE)
Batalhas Vikings: Prof. Renan Birro (UFF/NEVE)

02. À mesa da civiltá: Alimentação na Roma Antiga
Prof.ª Luciana de Campos (UFMA/NEVE)

Resumo: O minicurso abordará alguns aspectos da alimentação na Roma Antiga baseando-nos majoritariamente em duas fontes O Satyricon, de Petrônio e De recoquinaria, de Apício. Os temas serão abordados da seguinte maneira:

Aula 1: a alimentação romana: banquetes da nobreza e refeições plebeias. Os ingredientes exóticos, o preparo e o consumo. A “gramática” das refeições romanas.

Aula 2: De recoquinaria de Apício: à mesa com a aristocracia romana: ingredientes, preparo, consumo. A cozinha e a sociabilidade da elite.

Aula 3: O Satyricon de Petrônio: à mesa com a plebe romana: a cozinha e a sociabilidade popular.

Aula 4: “Ler” Apício hoje: a construção de uma arqueologia do gosto e a reconstrução da alimentação romana no mundo contemporâneo

03. Três olhares sobre o Egito Antigo: Fontes e Metodologias para o estudo do passado

Resumo: As primeiras questões que vem à tona quando pensamos em estudar Egito antigo no Brasil estão relacionadas à disponibilidade das fontes e à existência de metodologias adequadas para sua análise. É senso comum acreditar que a distância que separa o Brasil dos principais centros de Egiptologia localizados na Europa, nos Estados Unidos e no próprio Egito, dificulta o acesso às fontes específicas sobre a sociedade egípcia, o que impossibilitaria o desenvolvimento de trabalhos com um grau de aprofundamento equivalente àquele dos estudos realizados no exterior. Mostraremos, no entanto, que esta não é a realidade. Neste curso discutiremos três diferentes tipos de fontes disponíveis para a pesquisa sobre o Egito antigo, bem como apresentaremos metodologias que podem ser aplicadas à análise das mesmas, tendo como base as pesquisas por nós desenvolvidas.

1ª. Aula: Apresentação geral dos tipos de fontes e como obtê-las para estudos – Prof.ª Liliane Cristina Coelho (UFF/CEIA)

2ª. Aula: As fontes escritas – Prof.ª Patrícia Zulli (UFF/CEIA)

3ª. Aula: As fontes iconográficas – Prof. Moacir Elias Santos (UFF/CEIA)

4ª. Aula: As fontes arquitetônicas – Prof.ª Liliane C. Coelho (UFF/CEIA)

04. Uma leitura comparada da Guerra Santa no Apocalipse de João e no rolo da Gyerra de Qumran
Prof. Valtair A. Miranda (FABAT-RJ)

Resumo: A relação entre o fim do mundo e algum tipo de guerra de proporções cósmicas era um tema proeminente da expectativa apocalíptica judaica, com a ressalva de que nessas tradições o povo de Deus não teria qualquer função no conflito. Deus lutaria sozinho com seu exército celestial. Há apenas dois casos em que o exército humano do Senhor luta ao lado dos anjos: Apocalipse de João (década de 90 do séc. I da Era Comum) e Rolo da Guerra de Qumran (II séc. antes da Era Comum). Neste curso, num exercício de leitura comparada, nos propomos a estudar a ideologia da guerra santa subjacente a estas narrativas, bem como as possíveis implicações deste tipo de perspectiva no cotidiano de sua primeira audiência.

18/20h, 3ª à 5ª feira (30/08 a 01/09)

05. Guerra e pensamento na China Antiga
Prof. André Bueno (FAFIUV-UEPR)

Resumo: Disse Sunzi: “A guerra é de vital importância para a nação. É o domínio da vida ou da morte, o caminho para a sobrevivência ou a destruição. É necessário avaliá-la corretamente.” Era exatamente assim que a situação estava posta no período dos Estados Combatentes (475 a 221 a.C.), quando a China estava dilacerada por uma terrível guerra civil que decidiria os seus destinos. O conflito e a violência foram dois temas fundamentais em todas as escolas de pensamento chinesas da época: confucionistas, daoístas, moístas, legistas, estrategistas, etc. criando um conjunto de reflexões que são base, até os dias de hoje, para a compreensão da questão entre os chineses. Neste minicurso, examinaremos com os pensadores desse período discutiram o problema da guerra, e de que modo essas experiências podem nos ajudar a compreender melhor os problemas relativos à violência e ao humanismo.

1ª. Aula – História da China Antiga: Fontes e métodos

2ª. Aula – Os Estados Combatentes e o problema filosófico; a visão dos pensadores (parte 1)

3ª. Aula – As Visões dos Pensadores (parte 2)

06. Erotica, Amor, Prazer e Sexo na Roma Antiga

Resumo: O termo latino Erotica, tomado aqui como título desta proposta de estudo, contempla, do ponto de vista etimológico, representações inerentes ao imaginário erótico, cujos significantes, em decorrência, compõem um mesmo campo semântico: o do sexo, do prazer e do envolvimento amoroso em geral. O Erotismo possui muitas faces, bem como diversas formas de abordagem no que tange às artes. A arte, por sua vez, ao tomar os motivos eróticos por tema, reflete a busca do amor e, sobretudo, do prazer, podendo estes elementos estar associados ou não. O objetivo deste minicurso é analisar a produção textual e pictórica da Roma Imperial que se utilizam dos processos relativos ao amor, ao prazer e ao sexo, ou que, de alguma forma, aludem ao aspecto erótico das relações amorosas humanas.

Roteiro:

1º Aula – A epigramática latina: erotismo e realidade em Catulo e Marcial.
Prof.ª Rívia Fonseca (UFRRJ/CEIA) –

2º Aula – Os poetas elegíacos: o amor e a busca do prazer.
Prof.ª Thaíse Bastos (UFF/CEIA)

3º Aula – Amor e sexo na arte pompeiana.
Prof.ª Evelyne Azevedo (UERJ/UFRJ/CEIA)

  • Sessões de Comunicação

terça-feira, 30 de agosto – 11/12:30h

Sessão 1: Aspectos da Reforma de Amarna.
Coordenação: Prof ª. Mª. Liliana Cristina Coelho.

1. Amarna: Monoteísmo ou Monolatria Extremada? Uma breve análise acerca das teorias envolvendo o divino durante o reinado do faraó Akhenaton (1353 – 1335 a.C.)
Prof ª. Mª. Gisela Chapot (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: A maior polêmica envolvendo o estudo da religião egípcia antiga repousa sobre o período conhecido na Egiptologia como a reforma de Amarna (1353 – 1335 a.C.), segundo a cronologia baixa hoje preferida. Teria Amenhotep IV/Akhenaton, o faraó responsável pelo episódio amarninano, implantado o monoteísmo durante seu curto reinado? Apresentaremos, nesta comunicação, algumas das teorias mais significativas que sustentam a posição favorável ao culto do deus único no Egito, bem como outras radicalmente opostas ao monoteísmo, as quais defendem uma tese monolátrica – concebida aqui como a concentração de uma pessoa ou tendência religiosa em um único deus, num contexto politeísta não negado.

Palavras-chave: Reforma de Amarna; Monoteísmo; Monolatria

2. Cidade e projeto urbano no Egito antigo: o exemplo de Akhetaton
Prof ª. Mª. Liliane Cristina Coelho (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: No quinto ano de seu reinado, Akhenaton iniciou a construção de uma nova cidade, cujo projeto ideológico registrou em estelas que demarcavam o local escolhido para este assentamento urbano. Com base em tais documentos, é possível levantar as estruturas iniciais da cidade, bem como compará-las com aquelas localizadas por meio de escavações arqueológicas levadas a cabo na região, sendo este um dos objetivos propostos em meu projeto de doutorado. Nesta comunicação, partirei de uma tradução inicial das estelas de fronteira erigidas no ano 5 de Akhenaton, bem como da planta da cidade elaborada no início da década de 1990 por Barry Kemp e Salvatore Garfi, buscando estabelecer a localização e a inter-relação existente entre as primeiras estruturas construídas na cidade.

Palavras-chave: Akhetaton (cidade egípcia); Projeto Urbano; Estelas de Fronteira

3. A presença de deuses protetores do cotidiano na cidade de Amarna (c. 1350-1330 a.C.)
Grad. Rennan de Souza Lemos (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: Pretendo, neste texto, dialogar com o trabalho da professora Margaret Marchiori Bakos, tendo especialmente em vista uma conferência proferida por ela na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em maio deste ano, durante a XVII Jornada de Estudos do Oriente Antigo, intitulada “Deuses que protegem a vida íntima no cotidiano egípcio”. Com base em documentação arqueológica e traçando comparações entre as vilas de trabalhadores de Amarna e de Deir el-Medina, meu objetivo é mostrar a difusão da presença de deuses cujo caráter estava associado à garantia da solução de situações-problema do cotidiano, como integrantes da paisagem da religiosidade popular também em Amarna, num período de obliteração, por parte do faraó Akhenaton, dos deuses tradicionais.

Palavras-chave: Reforma de Amarna; Religiosidade Popular; Arqueologia Cognitiva, do Ritual e da Religião

4. Práticas Mágicas no antigo Egito e a “Reforma Amarniana”
Grad. André Luis Silva Effgen (UESB)

Resumo: Para a mente ocidental moderna, o aspecto mais difícil na compreensão da estranheza e da racionalidade das práticas religiosas é a magia, sobretudo quando se busca compreendê-la em contextos totalmente diferenciados e distantes do presente. Na antiga civilização egípcia, as práticas da magia sempre estiveram presentes no cotidiano da população, como uma manifestação de religiosidade, e de sua forma ímpar de entendimento do cosmo, a natureza que a cercava e seu papel nesta intrincada rede de significações. Esta comunicação visa a discutir, de maneira inicial, as práticas mágicas e as formas assumidas por elas, em um período conhecido pela Egiptologia como “Período Amarniano” em que uma ampla discussão acerca das ações do Faraó Amenhotep IV/Akhenaton, no que se refere à “doutrina religiosa” adotada, permanece sem um desfecho conclusivo.

Palavras-chave: Antigo Egito; Magia; Período Amarniano

Sessão 2: Homero, Horácio e Sêneca: os Estatutos do Feminino.

5. A Guerra Divina: A influência dos deuses na Guerra de Tróia
Grad. Weber Albuquerque Neiva Filho (UFMA)

Resumo: O presente artigo propõe uma análise da Guerra de Tróia sob a visão das obras de Homero, Ilíada e Odisséia, enfocando aspectos da influência dos deuses em certos momentos da narrativa. Analisando o papel da deusa Atena, protetora de Ulisses e deusa guerreira-estrategista, assim como o de outros deuses que são apresentados durante o poema-épico, podemos observar alguns aspectos divinos da guerra. Utilizando como referência a obra de John Keegan e Junito de Souza Brandão, esboçaremos um quadro dessa guerra regrada pelos desejos dos deuses.

Palavras-chave: Mitologia; Guerra; Deuses

6. Ode 1,14 de Horácio: política ou amores? Uma análise semiótica
Grad. Thiago da Silva Pinheiro (UFF)

Resumo: A análise linguística revela uma questão de crítica literária que é a linguagem paradoxal dos símbolos, típica da poética horaciana. O venusino escreve de forma simbólica em muitos de seus poemas e a \”nauis\” de que trata é um dos mais antigos símbolos clássicos – e, como tal, é paradoxal, contraditório e autorreferencial. A metáfora deste poema é extremamente ambígua e complexa, porque forma uma imagem “República-Mulher”, o que dialoga com o matriarcalismo indo-europeu latino, sobretudo com os fundamentos dos mitos relacionados à Vênus, desdobramento latino do mito da Grande-Mãe. Esta ode simboliza, portanto, um momento de passagem na História de Roma, em que antigas concepções matriarcais latinas serão visceralmente substituídas pelo patriarcalismo imperial.

Palavras-chave: Horácio; Semiótica; Drama e Conflito

7. A Medeia de Sêneca e o feminino na Antiguidade
Prof. Hugo de Araujo Gonçalves da Cunha (UERJ)

Resumo: A versão de Lúcio Aneu Sêneca, romano do século I d. C., da tragédia Medeia, de Eurípides (séc. V a. C.), permite perceber como a cultura romana perpetua valores da cultura helênica e explicita visões do feminino características da cultura clássica. Através da personagem protagonista, que dá nome à peça, tornam-se aparentes os valores variáveis atribuídos à mulher, de acordo com sua condição de virgem, mãe ou bárbara. Além disso, pode-se perceber de que modo o pensamento estóico do autor modifica a peça original e apresenta uma visão do feminino tipicamente romana.

Palavras-chave: Sêneca; Medeia; Feminino

Sessão 3: A elegia latina: Catulo, Tibulo, Propércio e Ovídio.
Coordenação: Profa. Dra. Edna Ribeiro de Paiva

8. Propércio e a militia amoris
Profa. Dra. Edna Ribeiro de Paiva (UFF)

Resumo: Propércio, um dos nomes mais expressivos do gênero elegíaco latino, não foi guerreiro, orador, sequer exerceu cargos administrativos.   Desse modo, nenhuma ingerência teve em relação a guerras.  Ele próprio diz que não nasceu para essas glórias, mas que sua fama está indissoluvelmente ligada à servidão amorosa, a militia amoris.  São os combates travados no leito de Cíntia que o imortalizarão.  É esse aspecto de sua obra que vamos focalizar, examinando como o poeta trata o tema.

Palavras-chave: Poesia; Elegia; Servidão Amorosa

9. O olhar  tibuliano sobre a relação homoerótica
Profa. Dra. Ana Lúcia Silveira Cerqueira (UFF)

Resumo: Na vida sexual dos gregos, admitiam-se dois planos: o privado, que se volta  para as mulheres, e o público, para os rapazes. Assim, categorias de valor, como melhor, pior, mais feio, mais bonito, admissível e não admissível, não caberiam nestas relações, a não ser tendo em vista o estatuto social do seduzido: livre, escravo, dependente, independente, faixa etária, etc. Em Roma, com algumas variantes, na  República e no Império, o mesmo ocorria, e o laço conjugal era apenas um contrato entre homens e mulheres com fins de procriação. A proposta deste trabalho é assinalar  formas típicas do comportamento romano nas relações homoafetivas, com base na leitura de elegias tibulianas.

Palavras-chave: Elegia; Homoerotismo; Tibulo

10. Rixae nocturnae – A linguagem bélica na representação do amor em Catulo
Profa. Mestre Kátia Teonia Costa Azevedo (UFRJ)

Resumo: Os versos de Catulo nutriram as primeiras diretrizes romanas da poesia elegíaca, que mais tarde, no consulado de Augusto, vai se consolidar com os poetas Ovídio, Tibulo e Propércio com o título de elegia erótica romana. Sob a influência alexandrina, Catulo delineará a sua produção elegíaca, denominada carmina docta ou maiora, dada a erudição e extensão dessas peças em relação às demais de sua coletânea. Tendo como objeto esse gênero poemático, analisaremos a expressão amorosa, sob o viés de uma linguagem bélica.

Palavras-chave: Elegia; Guerra Amorosa; Catulo

11. Retórica e Poesia
Profa. Mestranda Maria Lúcia Malheiros Cardoso (PPLC-UFRJ)

Resumo: Como acontecia com os jovens de famílias abastadas, Ovídio estudou com renomados mestres de retórica a fim de se preparar para a carreira das leis. Não obstante sua falta de vocação para a área e seu natural pendor para a poesia, o poeta guardou consigo os ensinamentos dos rhetores, que transparecem em sua obra, especialmente na elegia única que compõe o livro II dos Tristia. Nesse poema dedicado a Augusto, Ovídio desenvolve uma interessante argumentação para se defender das acusações que provocaram seu banimento de Roma. O objetivo do presente trabalho é estudar alguns dos recursos retóricos utilizados pelo poeta nessa elegia, na tentativa de conseguir o abrandamento de sua pena.

Palavras-chave: Elegia; Retórica; Argumentação

Sessão 4: Artes Divinatórias, Festivais e Presságios na Roma Antiga.
Coordenação:

12. O culto de Diana e a interação dos povos do Lácio
Grad. Frederico Guilherme Beltrão Rosa Marinho Carvalho (UNIRIO)

Resumo: Um dos exemplos nos quais a conexão intrínseca entre religião e política é mais bem observada é no culto à Diana, especialmente em seu santuário em Arícia, onde diversos acordos foram firmados pelos povos latinos, incluindo alguns contra Roma. Esta, antes mesmo de realizar a interpretatio graeca, associando Diana à Ártemis, já reconheceu a importância da deusa, ao mostrar sua hegemonia, segundo Tito Lívio, dedicando um templo à deusa no Aventino e trazendo, de certa forma, a concórdia para dentro da cidade. O santuário em Arícia, porém, subsistiu, tornando-se um dos mais ricos de que já se teve notícia, e esta cidade tentou utilizá-lo para se diferenciar e mostrar sua identidade perante o domínio romano. Os objetivos são tentar entender a importância deste ritual para o povo latino, o porquê de ele ser importante e, por fim, porque Diana?

Palavras-chave: Rituais Religiosos; Interações Políticas; Diana de Arícia

13. Marte e sua interpretatio em Conímbriga
Grad. Raquel de Morais Soutelo Gomes (UNIRIO)

Resumo: Este trabalho visa mostrar resultados parciais da pesquisa sobre as práticas de interpretatio em Conímbriga, situada na província romana da Lusitânia, durante os séculos I e II d.C. Esta apresentação, enquanto vinculada ao projeto Religio Romana: uma análise das instituições religiosas romanas em discursos tardo-republicanos da Profª Drª Claudia Beltrão, irá analisar epígrafes dedicadas ao deus Marte associado a Augusto e ao deus lusitano Neto e assim apresentar nossa hipótese para a interpretação religiosa que ocorreu neste caso.

Palavras-chave: Interpretatio; Conímbriga; Marte

14. Festivais Religiosos de Abril e o Feminino em Roma sob o olhar de Ovídio em Fasti, L. IV
Grad. Pedro Paulo Rosa (UNIRIO)

Resumo: Este subprojeto pretende analisar, sob o olhar do Ovídio, em seu poema-calendário FASTI, as práticas religiosas femininas, bem como a maneira pela qual as mulheres ritualizavam e dialogavam com os deuses romanos. E como estes normatizam a figura da matrona romana. O recorte deste trabalho é a cidade de Roma, à época do século I antes da nossa Era e II após nossa Era. A deidade Magna Mater foi a escolhida para aprofundarmos nossos estudos.

Palavras-chave: História Antiga; Religião Romana; Feminino

15. Papel político da Astrologia nos principados de Augusto e Tibério em Manílio e Suetônio
Graduanda Prema Hari Perroni Campos (UFOP)

Resumo: O seguinte trabalho pretende discutir a utilização da Astrologia como uma ciência utilizada na legitimação das autoridades de Augusto e Tibério, os dois primeiros imperadores romanos. As obras escolhidas são Astronômicas, atribuída a Marco Manilio e A Vida dos Doze Césares de Suetônio. A primeira obra foi escolhida por ser um poema didático que trata justamente sobre astrologia que como mostra Katharina Volk em sua obra Manilio & his intellectual background poderia ter sido escrito tanto no principado de Augusto ou de Tibério, ou mesmo sob os dois principados. Assim o autor não deixa evidente a qual Cesar se refere e por isso escolhi tal recorte temporal. As discussões de tais hipóteses se baseiam nas características atribuídas aos signos zodiacais descritos por Manilio e as possíveis datas e horários de nascimento destes imperadores.

Palavras-chave: Astrologia; Política; Imperadores

Sessão 5: Imaginários e Artes do Oriente.
Coordenação:

16. Antiguidade e Modernidade – um Oriente revisitado
Grad. Renato Menezes Ramos (UERJ)

Resumo: Curioso é um pavilhão com decoração marcadamente egípcia na Exposição Nacional de 1908. Se o único pavilhão estrangeiro era o português, pelo evidente motivo dos laços culturais fortes, causa estranheza, de fato, que justamente o Pavilhão da Música evoque o Egito. Uma possibilidade é refleti-lo à luz do orientalismo, tendência muito frequente nesta época uma vez que uma série de acontecimentos, entre os quais estão a abertura do Canal de Suez, e as diversas traduções d’As Mil e Uma Noites, contribuiu para reacender os encantamentos orientais pelos olhares do Ocidente.

O objetivo desta comunicação é pensar a relação entre o Oriente Antigo e o Moderno, e de que maneira as Exposições do século XIX – XX, particularmente a de 1908, contribuíram enormemente para a criação de um imaginário oriental associado ao fantástico ou ao exótico.

Palavras-chave: Exposição Nacional de 1908; Pavilhão da Música; Orientalismo

17. As porcelanas chinesas para muito além da China
Grad. Leandro Fazolla (UERJ)

Resumo: O contato inicial de povos estrangeiros com a cerâmica chinesa se deu através das viagens à Ásia, empreendidas desde a Antiguidade por povos como os gregos, romanos, bizantinos e outros que, desbravando diferentes rotas pelo interior asiático, tinham contato com conhecimentos provenientes das culturas locais e importavam seus produtos. O Brasil foi um dos primeiros países ocidentais a receber porcelanas oriundas da China, devido, sobretudo, à sua posição geográfica privilegiada em relação ao trajeto feito pelas naus em direção ao Oriente. Em alguns tratados do fim do século XVI já é possível encontrar relatos que comprovem a existência de porcelanas chinesas no território brasileiro, o que se intensifica após a transferência da família real para o Brasil. O estudo da disseminação e uso de porcelanas chinesas no Brasil permite que se trace não apenas o perfil da sociedade dos períodos colonial e imperial, como também se perceba um processo de disseminação cultural, empreendido pelos europeus, que difundiam produtos orientais pelo território global. Podem-se fazer, ainda, importantes reflexões sobre a fetichização dos objetos e a inserção dos mesmos nas indústrias cultural e artística. Neste ponto, é interessante analisar a produção de artistas contemporâneos como o chinês Ai Wei Wei e a brasileira Regina Silveira, pelas quais é possível traçar importantes relações com a carga simbólica e histórica trazida tanto pelas porcelanas como pela própria cerâmica histórica chinesa.

Palavras-Chave: Porcelanas, Brasil, Cultura, Arte

18. Caligrafia e Paisagem: Tradições na pintura chinesa
Grad. Erica Silva (UERJ)

Resumo: Incluída na que é considerada a tradição artística mais antiga do mundo, a pintura chinesa conta com a caligrafia e a paisagem como dois aspectos centrais na sua produção. Observar o que caracteriza cada uma dessas manifestações artísticas nos permite entrar em contato com valores primordiais daquela cultura. Originada na alta importância que a escrita sempre teve no contexto histórico e social da China, a arte da caligrafia estabelece uma estreita relação com a pintura através da pincelada, o gesto que é uma arte em si, com potência própria, e comum a ambas. A pintura de paisagem, por sua vez, está vinculada a uma ideia de representação do mundo espiritual, tornando-se ela mesma uma fonte de valores transcendentais. Nesse contexto, importa ressaltar a relevância do conceito de “vazio”, central para o pensamento taoísta – uma das duas correntes filosóficas que predominam naquela cultura. O encontro das duas arte se dá com a introdução da caligrafia na pintura através da inscrição de poemas, prática que se iniciou no período da dinastia Tang (618-907 d.C.);  e a pintura de paisagem chega ao seu apogeu entre as dinastias Song (960-1279) e Yuan (1271-1368), período no qual podemos destacar o trabalho dos pintores Huang Gongwang (1269-1354); Wu Zhen (1280-1354), Ni Zan (1301-1374); e Wang Meng (1308-1385) – considerados os quatro grandes mestres Yuan exatamente pelo compromisso com pontos essenciais da tradição da pintura de paisagem.

quarta-feira, 31 de agosto

Sessão 6: Do Antigo Oriente Próximo ao Império Romano, os Estatutos do Feminino.
Coordenação:

19. As leis de Hammu-rabi e as Mulheres na Mesopotâmia
Grad. Amanda Porto Ribeiro (UFMA)

Resumo: O estudo sobre a condição feminina na Mesopotâmia no segundo milênio a.C. é instigador visto que as pesquisas nessa área ainda são poucas, especialmente no Brasil. Ao analisarmos o direito das mulheres mesopotâmicas – principalmente as leis constantes no Código de Hamurabi – percebemos, em alguns momentos, que este variava de acordo com o grupo social ao qual pertenciam. Ao contrário do que se supõe, muitas mulheres mesopotâmicas poderiam trabalhar, fazer comércio, ter suas fazendas ou tabernas. Tendo como base os estudos sobre Mesopotâmia de Brigitte Lion, Cécile Michel e Kátia Pozzer e sobre História das Mulheres de Michele Perrot e Pauline Schimth, esboçaremos um perfil do direito feminino mesopotâmico.

Palavras-chave: Mulheres; Mesopotâmia; Hamurabi

20. O papel da mulher no Antigo Egito
Profa. Patricia Maria Ozório Teixeira (Faculdade São Bento-RJ)

Resumo: Ainda em processo de amadurecimento a seguinte pesquisa, que foi tema de minha palestra no ano passado, trata basicamente, de acordo com discussões historiográficas recentes e fontes primárias textuais e imagéticas, do papel da mulher no Antigo Egito, no que tange seu posicionamento sócio-politico-cultural. Será discutido, prioritariamente, o papel da mulher na realeza. Teorias recentes apontam que duas rainhas teriam se representado como possível regente ou co-regente da monarquia egípcia, no período em que viveram.  Mulheres famosas que gravaram em suas vidas o marco da glória e do poder, como Hatshepsut, devido a sua imagem ambígua de mulher-faraó, bem como Nefertiti que teve grande importância na disseminação do culto atonista junto ao seu marido, Amenófis IV, mais conhecido como Akhenaton. O trabalho parte de um principio mais amplo a respeito das mulheres egípcias e depois para um mais particular, quando trabalha com o aspecto das duas rainhas, ambas da XVIII dinastia, do Império Novo.

Palavras-chave: Egito; Mulher; Sociedade

21. A Condição da Mulher Greco-Romana
Grad. Maykon Soares Jansen (UFMA)

Resumo: Definitivamente vivemos em uma sociedade herdeira das tradições Greco-romanas. Nosso calendário, instituições políticas, esportes e muitas das visões e mentalidade atuais advêm indiretamente dos antigos gregos e romanos. Entre essas permanências, ressalta-se a condição e a visão do mundo feminino. Este trabalho propõe expor o cotidiano das mulheres Greco-romanas e sua condição de inferioridade em uma sociedade dominada pelo exclusivamente pelos homens. As atenienses – sempre reclusas no gineceu – eram alijadas de direitos jurídicos e políticos. Diferiam das Espartanas, consideras por Aristóteles “licenciosas” e “luxuriosas” por sua maior circularidade. Porém, sempre fornecedoras de guerreiros, casadas por conveniência, repudiadas por adultério ou esterilidade e desprovidas de racionalidade. Às vezes, nem amor as satisfaziam plenamente, se

Palavras-chave: Gênero; Sexualidade; Direitos Políticos

Sessão 7: Olhares sobre a pólis dos atenienses: cultos, teatro e mar.
Coordenação: Profª. Mª. Talita Nunes Silva

22. As representações do mar e da navegação feitas por Arquíloco
Grad. Camila Alves Jourdan (NEREIDA-UFF)

Resumo: Nesta comunicação, iremos identificar as representações acerca do mar e da navegação arquitetadas pelo poeta Arquíoloco (século VII a.C.), em suas elegias e em seus iambos. Com um caráter individualizante, usa-se de formas mais populares de expressão e sentimento. Para analisarmos as representações, utilizaremos a metodologia sugerida por Françoise Frontisi-Ducroux, procurando os termos relacionados com a navegação e com o mar. Buscaremos, portanto, identificar a relação construída pelos atenienses com o mar e discutir a pertinência das representações que circulavam na sociedade políade ateniense. Este trabalho é parte integrante da pesquisa desenvolvida no Núcleo de Estudos de Representações e de Imagens da Antiguidade (NEREIDA-UFF).

Palavras-chave: Navegação; Mar; Representações

23. De vinho e de grãos: A fertilidade nas Antestérias e nas Tesmofórias
Prof ª. Mariana Figueiredo Virgolino (NEREIDA-UFF)

Resumo: O festival das Antestérias, celebrado em honra a Dionisos, e o das Tesmofórias, ligado às deusas Deméter e Kóre, são amplamente reconhecidos como alguns dos principais momentos de celebração da fertilidade na pólis dos atenienses. Nesta comunicação, propomo-nos analisar ambas as festividades em seu sentido polissêmico, ou seja, o que significava a fertilidade para os antigos, a importância da participação feminina nos rituais e como tais aspectos estão relacionados com a vida cotidiana em Atenas do V século a.C.

Palavras-chave: Religião Grega; Ritual; Mulher

24. Clitemnestra: a antítese da mulher ideal
Prof ª. Mª. Talita Nunes Silva (NEREIDA-UFF)

Resumo: De todas as personagens femininas da Oréstia de Ésquilo, Clitemnestra é a única que tanto na tradição literária como na iconográfica aparece constantemente caracterizada como a mulher que rompe com o ideal que lhe é reservado. Nesta comunicação, dedicar-nos-emos à observação da ambiguidade da fala da personagem esquiliana, dos atributos que a tornaram a antítese da mulher ideal e de sua atuação como sacrificadora.

Palavras-chave: Clitemnestra; Oréstia; Ésquilo

25. Os Dons Especiais das Hetaîrai em Atenas (Séculos VI-IV a.C.)
Prof. Me. Edson Moreira Guimarães Neto (UFRJ)

Resumo:  No mundo dos prazeres de Atenas, as hetaîrai ou companheiras ocupavam o mais alto posto. Ao contrário das pórnai – que atuavam nas zonas portuárias a baixos preços -, as hetaîrai – com todos os seus dotes artísticos e físicos – serviam apenas a estrangeiros ricos e aos cidadãos mais abastados – kaloì kagathoí – cobrando quantias bastante elevadas. Analisaremos, em nosso, trabalho os dons que tornavam essas mulheres tão valorizadas e como estes as conduziam a relações próximas com os detentores do poder em Atenas (os cidadãos membros das elites).

Palavras-chave: Atenas; Poder; Prostituição

Sessão 8: Armas de Combate e Técnicas Militares.
Coordenação:

26. O Cavalo como Arma de Guerra
Grad. Adhemar Corrêa Neto (UFMA)

Resumo: Os cavalos passaram a ter um importante papel desde a sua domesticação pelo homem, e sua importância dava-se inicialmente pela capacidade de transporte. O primeiro uso de cavalos na guerra ocorreu há mais de 5.000 anos. Os primeiros indícios de cavalos montados são da Eurásia, entre 4000 e 3000 a.C., e foram introduzidos inicialmente em combate, como tração dos carros de guerra. A cavalaria é posterior, pois a manutenção dos carros de guerra era demasiado custosa. O uso da cavalaria se estendeu à maioria dos exércitos da Antiguidade, com destaque para as cavalarias macedônicas, persas e romanas que aperfeiçoaram técnicas e táticas para combate montado,  além de melhorias na logística de armamento. Para tanto, utilizaremos como fonte Tito Lívio e como suporte teórico John Keegan e Robert Gaebel.

Palavras-chave: Antiguidade; Guerra; Cavalaria

27. A arquearia na Antiguidade – Roma e suas fronteiras
Grad. Hiram Alem (UFRJ/GEHM-CEIA-UFF)

Resumo: Esta comunicação tem por objetivo analisar a arquearia na Antiguidade, bem como algumas de suas implicações culturais e militares, tendo como cerne o Império Romano e sua relação com os povos além das fronteiras imperiais, como os germânicos e os hunos. Para tal análise, serão examinados relatos escritos e indícios materiais encontrados pela arqueologia, observando os tipos de arcos utilizados bem como seu emprego por parte tanto dos romanos quanto dos povos vizinhos, entendendo suas culturas militares e como encaravam a arquearia.

Palavras-chave: História Militar; Arquearia; História Antiga

28. Cavalaria romana e medieval: algumas comparações
Grad. Philipe Luiz Trindade de Azevedo (UFMA/NEVE)

Resumo: A pesquisa pretende estabelecer algumas reflexões comparativas entre a cavalaria romana, especialmente da Antiguidade Tardia, com a desenvolvida durante o período medieval. Sua efetiva importância e utilização nas batalhas e os equipamentos bélicos associados. A comunicação pretende, desta maneira, analisar não somente as transformações que a arte da guerra sofreu na passagem da Antiguidade para o medievo, mas também perceber as mudanças e ou permanências na História Ocidental.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia; Cavalaria Romana; Cavalaria Medieval

29. A Batalha de Svölð: um Estudo de Conflito Marítimo na Era Viking
Prof. Pablo Gomes Miranda (UFRN)

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise da batalha de Svölð, citada em várias fontes escandinavas do séc. XII e XIII, tais como Heimskringla, Fagrskinna, Ágrip af Nóregskonungasögum e Historia de Antiquitate Regum Norwagiensium, apenas para citar algumas. Essa batalha é travada entre o rei Óláf Tryggvason e uma aliança formada entre os reis Svein, Barba-bifurcada e Óláf da Suécia, junto a Eiríkr Hákonarson, jarl de Lade. Aproveitaremos as fontes para fazermos um breve estudo dos equipamentos e das embarcações utilizadas na guerra e nos conflitos guerreiros, pelos escandinavos da Era Viking.

Palavras-chave: Heimskringla; Óláf Tryggvason; Vikings

Sessão 9: Celebração da Vitória: o Significado do Triunfo e dos Jogos de Gladiadores.
Coordenação:

30. O Triunfo Romano na República Tardia: o caso de Júlio César

Grad. Douglas de Araújo Ramos Braga (UNIRIO)

Resumo: O ritual do Triunfo, ápice da glória militar e objeto de ambição de todo general romano, desempenhou um papel fundamental na ordem religiosa, social  e política de Roma ao longo de sua história. A historiografia mais recente acerca do rito vem ressaltando como o Triunfo era um modo de definir a romanidade e a relação entre romanos e não romanos, com base na disposição de espólios e cativos ao longo da procissão. O general, neste sentido, representava o bom romano por excelência e toda a glória e poder de Roma. Assim, na presente pesquisa, trabalhamos com os triunfos de Júlio César tais quais expostos em A Vida dos Césares, de Suetônio, e em Vidas Paralelas, de Plutarco, buscando assim analisar como os rituais e o triumphator são representados nestas duas obras e de diferentes perspectivas.

Palavras-chave: Triunfo; Roma; Júlio César

31. Triunfo Romano: uma análise imagética da propaganda no contexto sociopolítico
Grad. Diego Santos Ferreira Machado (UNIRIO)

Resumo: Este trabalho visa a analisar duas representações imagéticas do ritual romano Triumphus, a primeira, uma moeda de Caio Annio (82-81 a.C.), e a segunda, um relevo do imperador Marco Aurélio (161-180 d.C.). Procuramos compreender as unidades formais mínimas que definem um triunfo a fim de observar as diferenças presentes nas representações do ritual, relacionando-as com o caráter social e político do Triumphator na Urbs. Entendendo a posição aristocrática da sociedade romana e o controle da religião pelo Senado, buscamos perceber a importância da propaganda e suas relações diretas com a pessoa que está sendo propagada, bem como com o que, por outro lado, deixa de ser propagado.

Palavras-chave: Triunfo; Religião Romana; Propaganda

32. Além do sangue e do gládio – uma reflexão sobre o significado dos combates entre gladiadores para a sociedade da Roma antiga
Grad. Michel Roger Boaes Ferreira (UFMA)

Resumo: Nesta sucinta dissertação, tento analisar sob a perspectiva do relativismo cultural de Clifford Geertz a questão da violência nos espetáculos de luta protagonizados pelos gladiadores da Roma Antiga entre os séculos III a.C. e IV d.C., apontando algumas correspondências existentes entre a gladiatura e os combates realizados atualmente em torneios de artes marciais, principalmente no que se refere às regras e divisão dos combates em categorias bem específicas.

Proponho, por fim, uma reflexão sobre a relegação do aspecto religioso da gladiatura, sobre os conceitos de violência e dos juízos de valores carregados de estigmas que permeiam os gladiadores e os torneios, utilizando as teorias propostas por Pedro Paulo Funari e Renata Garraffoni.

Palavras-chave: Gladiador; Violência; Religião

Sessão 10: Poesia Helênica e Helenística em Questão.
Coordenação:

33. Um Homero Tirtéico? Relações entre a Ilíada e a elegia exortativa marcial
Prof. Rafael de Carvalho Matiello Brunhara (USP)

Resumo: O presente trabalho analisará a relação posta novamente em causa por Martin L. West entre a Ilíada e a elegia exortativa marcial, lançada em The Making of the Iliad (Oxford, 2011, pp.35-36). Retomando as teses de Mülder (1906, Homer und die altionische Elegie), West propõe que algumas passagens da epopeia homérica seriam influenciadas pelos poemas de Tirteu. Embora, segundo West, a elegia marcial apresente influências e uma dicção tipicamente encontradas na poesia épica, o inverso também seria factível em alguns momentos, sobretudo quando um herói exorta outro à ação guerreira. Esta comunicação pretende analisar em que medida se dá esse paralelismo, a partir da leitura de alguns trechos da Ilíada e de fragmentos de Tirteu.

Palavras-chave: Homero; Tirteu; Elegia Grega Arcaica

34. Inimigos da democracia: Téognis de Mégara e o discurso aristocrata na Grécia Arcaica
Grad. Thiago Henrique de Oliveira Prates (UFMG)

Resumo: Este trabalho pretende analisar o discurso político da aristocracia grega na conturbada Época Arcaica, buscando os argumentos utilizados para legitimar-se como grupo dominante da sociedade perante os conflitos políticos e sociais. O objetivo é mostrar como se construiu uma parte de um discurso pautado nos valores aristocráticos, além de uma prática que visava a manutenção da hegemonia de tal grupo na sociedade grega e a destruição da possibilidade de participação política das camadas não-nobres, desqualificando-os, negando aa eles a integração à comunidade política da pólis. Para tanto utilizarei as poesias de Teógnis de Mégara como possível interlocutor de seu tempo.

Palavras-chave: Política; Aristocracia; Téognis

35. Comentário ao epigrama 2Pf de Calímaco
Grad. Douglas Cristiano Silva (UFMG)

Resumo: Esta comunicação tem por objetivo ser um comentário sucinto ao epigrama 2 Pfeiffer de Calímaco, poeta alexandrino do século III a.C., e busca, através de uma análise textual e literária, passando também pela intertextualidade, sempre tão rica à poesia helenística, discutir os temas da morte e do encômio. Há, ainda, a intenção de, ainda que com a análise desse único poema, discutir a importância do epigrama para a poesia da época e a profunda adequação dos tópoi literários em voga à forma em questão.

Palavras-chave: Calímaco; Epigrama; Helenismo

quinta-feira, 1 de setembro

Sessão 11: Diálogos entre o Ocidente e o Oriente na Antiguidade.
Coordenação:

36. Estudo comparativo entre os termos Psykhé e Nephesh
Prof. Me. Alex Fabiano Campos Gonçalves

Resumo: Frequentemente, vincula-se o discurso escatológico na poesia grega arcaica à religião cristã. Porém, não se pode, de modo algum, negar que a noção de uma vida post mortem é uma noção já presente nos Poemas Homéricos, desenvolvida pela filosofia posterior e assimilada pelo cristianismo primitivo. Este trabalho mostra a relação existente entre a palavra psykhé e o conceito hebraico de nephesh e a importância de ambos para a compreensão da concepção de discurso escatológico religioso.

Palavras-chave: Poesia grega arcaica; Psykhé; Antigo Testamento; Post mortem

37. As Punições do Oriente Próximo. Prometeu e o sua queda
Grad. Leandro Gama e Silva de Omena (UFRRJ)

Resumo: O presente estudo pretende abordar as influencias que Hesíodo sofreu na Grécia do século VIII a respeito das narrativas míticas do antigo oriente próximo. Percebemos algumas influencias em seus textos oriundos do antigo oriente próximo. Temos como exemplo das epopéias de Atrahasis e GIlgamesh em que possuem uma estrutura punição e castigo, similar ao mito de Prometeu na Teogonia. Será comparado e analisado ambos os dados para podermos esmiuçar suas identidades e suas diferenças sobre as criações míticas.

Plavras-chave: Grécia; Mito; Religião

38. Problemas Acerca da Expansão de Alexandre como Causalidade Histórica Originária das Principais Filosofias do Período Helenístico
Prof. Me Rodrigo Pinto de Brito (PUC-Rio)

Resumo: Pretendo levantar alguns problemas quanto as noções mais comuns acerca da expansão do Império Macedônico sob Alexandre como causalidade Histórica que teria originado e propiciado o florescimento de novas escolas filosóficas (notadamente, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo) no começo do período Helenístico. Entre os temas que serão tratados estão os que corriqueiramente são relacionados como fatores que poderiam ter colaborado para o surgimento das supracitadas filosofias: o binômio “cosmopolitismo” e “hibridismo cultural”, e o binômio “fim da pólis” e a idéia de filosofia como prática da boa vida, mas em âmbito estritamente individual.

Palavras-chave: Filosofias Helenísticas; Hibridismo Cultural

39. Entre egípcios e romanos: considerações a respeito de tal relação política
Prof. Luiz Henrique Souza de Giacomo (UFJF)

Resumo: Durante o século I a.C., observa-se um aumento do estreitamento dos laços políticos entre os lágidas, a dinastia que governava o Egito desde fins do século IV a.C. e que era herdeira do Império Macedônio de Alexandre Magno, e os principais políticos romanos de fins do período republicano. Mas quais são os interesses de ambas as partes envolvidas nessa aproximação política entre esses povos? Como se dá essa complicada interação entre romanos e ptolomaicos? E quais as conseqüências de tal processo? O presente trabalho pretende expor alguns pontos levantados durante o processo de pesquisa e mostrar como tal contato foi decisivo para a História do Mediterrâneo.

Palavras-chave: Relações Políticas; Lágidas; Romanos

Sessão 12: Amor, Vida e Morte no Egito Antigo.
Coordenação:

40. O Amor Escrito em Versos: Os Poemas de Amor do Egito Antigo (Reino Novo, 19-20ª Dinastias)
Profa. Alessandra Pinto Antunes do Vale (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: Os poemas de amor egípcios de que temos conhecimento foram escritos durante o Reino Novo, mais especificamente entre as 19ª e 20ª dinastias (1295-1069 a.C.), ou seja, no período Raméssida. Nesse período, os textos egípcios deixaram de ter apenas as finalidades administrativas e/ou funerárias, passando, também, a proporcionar uma forma de lazer para seus leitores, questões essas fundamentais para que fosse possível a emergência das poesias lírico-amorosas. Esse trabalho apresenta uma análise da importância literária desses textos, buscando demonstrar as características do contexto histórico e da mentalidade da época que porventura possam ter influenciado o desenvolvimento da forma de escrita poética amorosa no antigo Egito.

Palavras-chave: Egito Antigo; História; Literatura

41. A importância do uso das rochas nas construções dos monumentos egípcios: conservação, alterabilidade e deterioração
Grad. Daniele Cristina Liberato de Oliveira (IART-UERJ)

Resumo: No Antigo Egito, era fundamental o uso de rochas na produção artística arquitetural, religiosa e utilitária, indo desde edifícios à estatuária até amuletos e colares. Mesmo que seja notória a ausência de textos relativos a esses domínios, é possível perceber que a escolha de um material tinha grande importância, na medida em que estabelecia uma relação simbólica de prestígio na cultura egípcia. A noção de um material precioso no Egito estava ligada à própria qualidade intrínseca do material, fosse dureza, cor ou a dificuldade em adquiri-lo. É preciso perceber ainda que, apesar de hoje a imagem que temos da arte egípcia ser dominada pelo uso das rochas, pois estas sofrem menor alteração ao longo do tempo, muitos outros materiais possuíam grande importância, como é o caso da madeira. No entanto, a ação de decaimento, alterabilidade e intemperismo, até a completa deterioração, era muito superior em outros materiais, o que torna o aparecimento de monumentos em rocha muito mais comum nos registros arqueológicos sobre o Egito. Partindo da análise das obras do acervo egípcio da Fundação Eva Klabin, este trabalho pretende desenvolver a relação de influência da materialidade na obra, assim como o seu processo de alterabilidade.

Palavras-chave: Rochas; Alterabilidade; Eva Klabin

42. A literatura funerária egípcia e o AmDuat
Grad. Luísa Barbosa Faria (UFRRJ)

Resumo: A comunicação irá sistematizar a literatura funerária egípcia e suas características comuns que possibilitam a formação de uma tradição, essa tradição está presente durante a maior parte da Antiguidade Egípcia. No contexto do Reino Novo aparecerá o AmDuat, ou apenas Duat, também chamado de Livro das Doze Horas. O AmDuat chega como uma particularidade na tradição da literatura funerária egípcia, como um apócrifo, pois não segue as mesmas características. O livro será analisado e sistematizado para que possa ser comparado com a literatura tradicional.

Palavras-chave: Egito; Literatura; Ritos Funerários

43. Múmias feitas em casa: o embalsamamento em Deir el-Medina durante a XVIII dinastia
Prof. Me. Moacir Elias Santos (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo:  As escavações realizadas nas necrópoles da vila dos trabalhadores pelos arqueólogos da primeira metade do século XX, revelaram uma série de tumbas com o conteúdo intacto ou parcialmente conservado. Entre os artefatos encontrados estavam ataúdes que continham os corpos de homens, mulheres e crianças que, seguindo as crenças antigas, preocuparam-se com a conservação do corpo físico para que pudessem viver para sempre. Contudo, a partir da descrição dos restos humanos publicados nos relatórios de escavação, verificamos que os dados sobre o processo de mumificação não são suficientes para explicá-lo, além de que deixaram dúvidas sobre o local de preparação e quem eram os embalsamadores. Nesta comunicação apresentaremos um modelo, baseado na investigação de fontes escritas e arqueológicas, que contribui para o entendimento das práticas funerárias dos egípcios durante a XVIII dinastia.

Palavras-chave: Egiptologia; Deir El-Medina; Mumificação

Sessão 13: Três casos latinos sob uma análise linguístico-textual.
Coordenação: Profa. Ma. Thaíse Bastos

44. A sintaxe do acusativo: uma análise das funções e significados em passagens do Pro Ligario
Grad. Luciana Mourão Maio (Letras-UFF)

Resumo: O presente trabalho, orientado pela Profª. Livia Lindóia Paes Barreto, é um produto das aulas de sintaxe latina ministradas no Instituto de Letras / UFF. Pretende-se, por meio desta comunicação, analisar os valores semânticos e os usos do acusativo latino, tomando como ponto de referência teórica os conceitos de Lisardo Rubio em sua obra Introducción a la Sintaxis Estructural del Latín, na qual o referido autor vê o nome em acusativo sob uma ótica passiva, quando inserido em uma polaridade oposta ao nominativo em relação ao conceito de passividade e atividade.

Palavras chave: Sintaxe; Semântica; Acusativo

45. A sintaxe do nominativo: análise das suas funções e significados em passagens do livro IV do De Bello Gallico de César 
Grad. Vanessa Lanes Meirelles (Letras-UFF).

Resumo: Este trabalho é um produto da disciplina de Língua Latina VII e do interesse pessoal em estudar a sintaxe do nominativo, em César, em especial em De Bello Gallico. O nominativo, em latim, tem como principal função designar pessoas e coisas. Tomando como referência para a classificação dos casos latinos o princípio das transferências linguísticas entre categorias, o nominativo, juntamente com o acusativo, constitui o grupo dos chamados causus nominis e que não supõem transferências semânticas ou sintáticas . Com base nos postulados funcionalistas e nos conceitos teóricos de Lisardo Eubio sobre os significados e funções do nominativo, busca-se apresentar e analisar os empregos do nominativo em passagens selecionadas do livro IV de De Bello Gallico.

Palavras chave: Semântica; Nominativo; Sintaxe

46. “Bellum Gallicum”: Considerações sobre a sintaxe do ablativo no livro VI
Grad. Ana Paula Barbosa Andrade (Letras-UFF)

Resumo: Este estudo é produto da Bolsa de Extensão vinculada ao grupo de pesquisa “Translatio Studii” – Núcleo Dimensões do Medievo/ UFF. Com base na conceituação de Lisardo Rubeo sobre o significado e funções do ablativo, busca-se analisar os empregos do caso na narrativa de César no Livro VI do “Bellum Gallicum”.

Entre os objetivos do general romano, está a sua promoção pessoal para conquistar o cargo supremo do Senado. No Livro VI, o autor exalta seus inimigos, destacando-lhes as qualidades e descrevendo os costumes dos gauleses em relação aos dos germanos; demonstra conhecer muito bem o lugar, o povo e seus hábitos, o que lhe proporcionou  planejar minuciosamente as estratégias de combate.

Ao começar uma guerra por conta própria e tendo obtido sucesso extraordinário, provou sua capacidade de liderar não somente o exército, mas também, por analogia, o Senado.

Palavras-chave: César; Bellum Gallicum

Sessão 14: Cristianismo Antigo: Vertentes e Dilemas.
Coordenação:

47. Levítico 17 e I Coríntios 15: o corpo como marca de alteridade entre fariseus e cristãos
Profa. Fabiana Pereira do Amaral (UFRJ)

Resumo: Este trabalho visa a analisar as principais concepções de corpo existentes na religiosidade de dois estratos da sociedade palestina do I século: fariseus e cristãos. Pretendemos, ainda, ressaltar as diferenças existentes na construção religiosa do corpo e o contato deste com a Divindade. Para isso, utilizar-nos-emos da metodologia da História Comparada conjugada com a História das Transferências. Nossa hipótese é de que a alteridade entre fariseus e cristãos se destacou sobremaneira especialmente após a intervenção paulina, tendo em vista a abertura proporcionada por este aos prosélitos de religiões pagãs, isentando-os de práticas culturais muito particulares do judaísmo, como a circuncisão e as normas alimentares, o que acabou por gerar uma compreensão de corpo e uma relação deste com a Divindade muito diferente da existente no judaísmo.

Palavras-chave: Corpo; Judaísmo; Cristianismo

48. Tertuliano e conflito a partir de seus escritos apologéticos
Prof. Me. Eduardo Soares de Oliveira (UEG)

Resumo: O presente trabalho pretende apresentar de forma sucinta, porém profunda e analítica, a visão de Tertuliano, escritor e advogado romano-cristão (III séc.), natural de Cartago, que busca, dentro de um estilo que mescla tanto erudição pagã quanto cristã, apresentar e defender os cristãos das acusações que sofrem por parte das autoridades romanas, que, na sua visão, são injustas. Em seus escritos, procura provar sua tese da inocência dos cristãos, buscando assim acabar com as perseguições e os conflitos do nascente Cristianismo com o Império Romano.

Palavras-chave: Tertuliano; Conflito; Apologética

49. Non ibis in circum: a retórica tertuliana contra os espetáculos romanos
Grad. Aline Billé Santos (Letras-UFF)

Resumo: Como parte do discurso apologético inaugurado por Tertuliano (c. 160 – c. 220 d.C.), “De Spetaculis” (Sobre os Espetáculos) é mais um exemplo do esforço coercitivo do autor para legitimar o Cristianismo. O tratado apresenta uma particular forma de argumentação em que o autor rebate acusações feitas aos cristãos fazendo, em contrapartida, acusações a costumes já enraizados na cultura romana pagã, como as festas e os espetáculos.  Perceberemos como o autor constrói sua argumentação e veremos em que medida esta pode ser aproximada da retórica clássica. A proposta deste trabalho é traduzir e analisar alguns trechos dos parágrafos III, IV e V deste texto, nos quais Tertuliano esclarece os motivos por que escolheu escrever sobre os espetáculos.

Palavras-chave: Tertuliano, De Spectaculis, retórica clássica

50. Santo Agostinho: A Destruição da Cidade Romana. Crise e Surgimento da Cidade Cristã? Considerações sobre os conflitos culturais e religiosos e temporais no discurso historiográfico de “De Civitate Dei”
Prof. Dr. Pe. Pedro Paulo Alves Santos (Universidade Estácio de Sá/CEIA-UFF)

Resumo: No âmbito da experiência cristã, o século V representará uma ruptura com a breve coabitação entre a ‘civitas’ romana e a identidade cristã, operada pelo tratado de Constantino. Tratava-se de escrever as linhas de um novo ideário político, uma nova historiografia, um novo modelo de cidade e de convivência, no crepúsculo da era romana. Santo Agostinho baseia-se na perspectiva escatológica judaico-cristã, que opera uma nova linearidade do tempo, apontando a crise do Império Romano ocidental como oportunidade salvífica (kairos) ou sinal do surgimento definitivo da ‘civitas christiana’. O debate entre Agostinho e a cidade romana se estabelece a partir das premissas político-teológicas de “De Civitate Dei”.

Palavras-chave: Cristianismo Antigo e Proto-medieval; Santo Agostinho – De Civitate Dei; Politica e Religião na Antiguidade

Sessão 15: Mito e Religião, Apropriação e Atualidade.
Coordenação:

51. A religião na Antiguidade: o humano e o divino lado a lado
Grad. Adriano Silva Everton (UFMA)

Resumo: Este artigo tem o objetivo de realizar um breve estudo sobre a religiosidade na época clássica. O método usado para o desenvolvimento deste trabalho consiste na análise de episódios específicos das civilizações grega, romana e egípcia, os quais tiveram uma grande significação religiosa e resultaram em repercussões em diversos níveis dessas civilizações. Este estudo também tem o objetivo de explorar as influências das práticas religiosas na sociedade dessas três grandes civilizações do mundo antigo, e como estes tipos de manifestações se faziam presentes na vida cotidiana destas populações. Além disso, também serão depreendidas as heranças deixadas por esta religiosidade para o tempo presente, e, por fim, buscar-se-á realizar uma análise sobre a presença dessas práticas no contexto atual.

Palavras-chave: Antiguidade; Religião; Divino

52. Amazonas ou valquírias? As representações de guerreiras antigo-medievais no cinema dos anos 1950-60
Prof. Dr. Johnni Langer (NEVE-UFMA) e Graduanda Josileia Almeida (UFMA)

Resumo: Desde o momento que foram retratadas pela mitologia grega, as guerreiras amazonas inspiram a arte e o imaginário ocidental até nossos dias. Particularmente, durante os anos 1950 e 1960 diversas produções fílmicas “B” foram inspiradas neste mito. Nosso intento é analisar o contexto dessas representações, suas motivações sociais e psicológicas, refletindo sobre as apropriações artísticas do mito. Os principais filmes a serem analisados são: The saga of the viking women and their voyage to the waters of the great sea serpent (EUA, 1957), que retrata a sociedade escandinava da Era Viking, mas com inspiração estética nas amazonas gregas, e The viking Queen (Inglaterra, 1967), reconstituindo a trajetória de Boudica, a rainha celta que lutou conta os romanos, novamente com influência nas amazonas. Como complemento, temos diversos filmes do período com tema objetivo nas lendárias guerreiras: Love slaves of the amazons (EUA, 1957); Colossus and the amazon Queen (Itália, La regina delle amazoni, 1960); Thor and the amazon women (Itália, Le gadiatrici, 1963); Lana, queen of the amazons (Alemanha, Königin der Amazonen, 1964).

Palavras-chave: Amazonas; Guerreiras Vikings; Cinema

53. O Desvelamento do Mito Arthuriano
Profa. Edileide A. Brito (UNESO/IBILCE)

Resumo: Atentar uma identidade para o Rei Arthur é algo irrelevante e que nos remete a um universo complexo. A rigor, a literatura usa materiais mitológicos como fonte direta de eventos e personagens históricos, na qual a história é deformada pela imaginação popular, onde traça sobre o mito um perfil, como concretização de uma utopia, o fato da obra literária ser uma utopia concreta mantém viva a esperança e o ideal. A literatura nos afeta através da capacidade de construir pessoas, um mundo cresce diante de seus limites da razão e descrição empírica. Contudo, o mito é dinâmico, transforma-se com o tempo ao acompanhar o espírito de uma época, e os elementos que fazem dele uma fonte de autoconhecimento se configuram em metáfora, retratando a essência do homem. Assim, o mítico Rei Arthur tornou-se atemporal e transcendeu a história.

Palavras-chave: Rei Arthur; Mito; Literatura

54. A Influência da Mitologia na Atualidade: Cotidiano Fantástico
Grad. Marco Aurélio Mendes Lima (UFMA)

Resumo: O artigo propõe uma análise crítica da influência exercida pela mitologia na atualidade, através de sua referência e significação nas mais variadas esferas da sociedade contemporânea, como a ciência, cultura e a mídia em geral. Aborda-se, ainda, o novo sentido do termo “mito”, em que arquétipos existentes desde a Antiguidade adaptam-se aos dias de hoje, dando uma nova roupagem às características originais das narrativas; e, por fim, tenta-se entender de que forma a mitologia vem sendo trabalhada atualmente e quais desdobramentos serão possíveis para sua perpetuação no mundo acadêmico das próximas décadas.

Palavras-chave: Mitologia; Atualidade; Sociedade

Sessão 16: Discurso, Guerra e Identidade.
Coordenação:

55. A expressão de uma identidade étnica em Homero a partir dos combates de Aquiles e Heitor
Prof. Me. Alexandre Santos de Moraes (UFF)

Resumo: A distinção étnica entre gregos e troianos não é consensual entre os homeristas, mas rende discussões bastante produtivas. O objetivo desta comunicação é apresentar esse debate e utilizar as representações de Héctor e Aquiles, considerados dois paradigmas heroicos em Homero, para observar as possibilidades de reconhecimento de identidades étnicas através da narrativa iliádica.

Palavras-chave: Etnicidade; Homero; Helenicidade

56. A dramatização das ações gregas e a tragicômica estratégia persa em Heródoto
Profa. Ma. Eliana da Cunha Lopes (FGS) e Prof. Me. Milton Genésio de Brito (UEL)

Resumo: Nosso objetivo no presente trabalho é discutir as caracterizações de ambos os lados, nos embates ocorridos entre gregos e persas, nos anos 480-479 a.C., com base na narrativa contida no livro VII das Histórias de Heródoto. As distinções elaboradas sobre os contendores, a ênfase nas estratégias adotadas, as quais procuraremos demonstrar, não foram tão previamente planejadas como se poderia conjeturar, adaptando-se as contingências e imprevistos, e podem ter- se constituído em argumento que contribuiu para a legitimação de um ethos helênico, uma postura para o expansionismo e a conquista, com consequências nas próprias inter-relações destes povos.

Palavras-chave: Ethos guerreiro; Caracterizações; Narrativa herodotiana

57. A gestão masculina e feminina do \oîkos\ em “Econômico” de Xenofonte
Prof. Me. Emerson Rocha de Almeida (UFRJ)

Resumo:  A família grega do Período Clássico era composta de pai, mãe, filhos e escravos, onde cada um exercia uma função específica na gestão do \oîkos\, sob a autoridade do pai.

O homem é o gestor maior de todos os bens pertencentes à família. As atividades externas à casa são de competência masculina; quanto às internas, ficam aos cuidados da esposa, que as administrará com a orientação do marido. Para Xenofonte, a mulher é colaboradora do homem na administração do \oîkos\, justificando-se essa função auxiliar pela frágil natureza feminina, estabelecida pelos deuses. Entre suas obrigações, podem ser citadas a procriação, a construção de abrigo, fornecimento e conservação de alimentos necessários à sobrevivência e, por fim, acúmulo de riquezas, visando ao amparo na velhice.

Assim, “Econômico” pode ser considerado um tratado sobre economia, não economia no seu sentido moderno, mas no que concerne à administração do \oîkos\.

Palavras-chave: Homem; Oikos; Econômico

58. O Exército Romano e suas práticas para a manutenção/imposição da disciplina na Antiguidade
Grad. João Borges Guanaré Neto (UFMA)

Resumo: Para que existisse a Pax em Roma era necessário que houvesse disciplina, e para a manutenção dessa disciplina as Legiões Romanas se utilizavam de práticas de coação moral, tortura e até mesmo de execuções para conter possíveis manifestações contrárias aos interesses do Senado ou de seus Imperadores. Vale destacar, também, como era possível que os romanos que “eram menos prolíficos do que os Gauleses, mais baixos do que os Germanos, menos fortes do que os Espanhóis, menos ricos e menos astutos do que os Africanos, inferiores aos Gregos nas técnicas e na razão aplicada às coisas humanas” conseguiram conquistar um território tão extenso e mantê-lo sob o seu domínio por um longo período. Justificando tal domínio devido a sua vocação para dominar que lhe era assegurada por três fatores: o exercício das armas (armorum exercitio), a disciplina dos acampamentos (disciplina castrorum) e o modo de utilizar o exército (usus militiae).

Palavras-chave: Roma; Exército; Disciplina

sexta-feira, 2 de setembro

Sessão 17: A Guerra dos Celtas e dos Persas e seus Conflitos com Roma.
Coordenação:

59. As assembleias guerreiras nos oppida celtas na Gália no final da Idade do Ferro
Prof. Dr. Filippo Lourenço Olivieri (CEIA-UFF)

Resumo: A guerra era um elemento relevante para os povos celtas da Gália (não mediterrânica) no final da Idade do Ferro. Os ‘oppida’ (fortalezas) seriam centros de mobilização para a guerra e acolhiam assembleias guerreiras. Nestas, ocorriam eleições do chefe do exército (‘corionos’?), discussão da logística, sacrifícios, etc. Pesquisas recentes têm revelado recintos nos ‘oppida’ que poderiam acolher grande quantidade de homens em armas, fato que se articula com as informações das fontes clássicas. O objetivo deste trabalho é abordar as assembleias guerreiras nos ‘oppida’ celtas da Gália (não mediterrânica) e a mobilização que envolvia tais eventos.

Palavras-chave: Celtas; Assembleias Guerreiras; Oppida

60. Os antigos bretões nos escritos de Públio Cornélio Tácito
Prof. Pedro Vieira da Silva Peixoto (NEREIDA-UFF)

Resumo:  Esta comunicação se propõe a analisar certas passagens das obras elaboradas pelo autor latino Públio Cornélio Tácito (c.55-117 d.C) – a saber, “Agrícola”, os “Anais” e as “Histórias” –, atentando, majoritariamente, para o modo como as populações antigas das Ilhas Britânicas foram, então, representadas dentro de um contexto relativo à política imperial romana. Por conseguinte, busca-se criar um ponto de partida para a reflexão a respeito dos processos de construções discursivas e identitárias na Antiguidade bem como articular a crítica elaborada por Tácito a certos aspectos e elementos presentes na política romana de sua época com a representação dos antigos bretões em sua obra.

Palavras-chave: Antigos Bretões; Tácito; Discurso e Representação

61. Guerras e Conflitos na Antiguidade Tardia: a ameaça sassânida
Prof. Dr. Cláudio Umpierre Carlan (UNIFAL/CEIA-UFF)

Resumo: Durante o quarto século da Era Cristã, teve início no Império Romano uma série de reformas políticas, administrativas, econômicas, militares e religiosas, com o objetivo principal de salvar o império das ameaças internas e externas. Desde meados do século III até a segunda metade do século IV, a maior ameaça externa era o Império Persa Sassânida, inimigo secular das legiões de Roma.

Nosso objetivo é apresentar, através da iconografia monetária, esse importante embate entre as duas grandes potências do período. Para isso, analisaremos como corpus documental principal a coleção numismática do Museu Histórico Nacional, maior acervo da América Latina e importante coleção arqueológica, ainda pouco explorada.

Palavras-chave: Poder; Guerra; Imperialismo

62. As Guerras Pérsicas da Primeira Tetrarquia (296-298)
Prof. Me. Diogo Pereira da Silva (UFRJ)

Resumo: Nesta comunicação, apresentaremos algumas considerações acerca dos conflitos entre romanos e persas sassânidas ocorridos entre os anos 296 e 298, analisando os discursos imagéticos e escritos acerca da guerra. Ademais, relacionaremos estes conflitos com a restruturação que o Império Persa sofreu durante o século III e a escalada das tensões no limes oriental romano.

Palavras-chave: Império Romano; Império Persa Sassânida; Tetrarquia (284-305)

Sessão 18: O ideal de Princeps e suas Representações na Roma Antiga.
Coordenação:

63. Entre a história e a literatura – a construção da imagem de Augusto nas obras de seu tempo
Grad. Fábio de Souza Duque (UFJF)

Resumo: O presente trabalho pretende analisar a construção da imagem de Augusto, e assim a construção simbólica de seu poder através das obras de Virgílio, mais especificadamente a Eneida, o próprio testamento de Augusto, que legou uma imagem do princeps ao futuro, e o poema de deificação de César, presente no Livro XV da obra Metamorfoses de Ovídio. Amparado por uma base teórico-metodológica fornecida por Bourdieu e Balandier, tentaremos ver esta construção e como ela influenciou a política do Principado e justificou os poderes conferidos a Augusto, vendo a instrumentalização da literatura como uma ferramenta dessa construção.

Palavras-chave: Literatura; Poder Simbólico; Augusto

64. O Principado Augustano e a restauração das tradições republicanas
Prof. Me. Kimon Speciale (UFRJ)

Resumo: O Principado de Augusto é marcado por elementos que se apresentam paradoxalmente, pois ao mesmo passo que observamos uma centralização política nas mãos do \”Princeps\”, reduzindo o tradicional local exercido pelo Senado Romano, é possível observarmos a retomada de costumes que delineavam a antiga sociedade republicana.

Nesta comunicação, pretendemos pontuar e analisar os motivos que levaram Augusto a tomar estas atitudes, as quais possibilitaram a formação de uma nova identidade romana fundamentada no novo modelo imperial.

Palavras-chave: Principado; Identidade; Império

65. O espelho de Bom e Mau Imperador nas obras de Sêneca para o Império de Nero (século I d.C.): De Clemencia & Apocolokyntosis
Grad. Douglas Magalhães Almeida (CEIA-UFF)

Resumo: Com base nas duas obras de Sêneca que correspondem ao período estudado, a Apocolocyntosis, uma sátira menipeia que conta de forma cômica o processo de divinização do Imperador Cláudio e sua descida ao mundo dos mortos, por meio de um Senado imaginário formado pelos deuses do panteão romano, o filósofo transparece uma avaliação pessoal sobre vários aspectos do governo desse imperador. A outra obra que forma o corpus documental desta pesquisa é o tratado político-filosófico De Clementia, endereçado diretamente ao jovem Nero. Conhecido como preceptor do princeps, o filósofo constrói nessa obra uma visão de bom governo e estabelece uma argumentação, pautada principalmente em exemplos históricos, em defesa dessa visão.

Palavras-chave: Estoicismo; Sêneca; Roma

Sessão 19: Língua, Texto e História: Análise de Textos Antigos.
Coordenação: Profa. Dra. Livia Lindóia Paes Barreto.

66. O Genitivo Latino: um estudo linguístico-textual de caso.
Grad. Douglas Gonçalves de Souza (Translatio Studii/CEIA-UFF)

Resumo: O presente estudo, produto da pesquisa vinculada à Bolsa de Iniciação Científica/FAPERJ, pretende observar as funções semânticas e sintáticas relacionadas com o caso latino genitiuus. Tal caso funciona nas construções latinas como modificador, ou melhor, determinante de outros termos. No entanto, sua atuação no plano sintático opera transferências nos planos morfológico e semântico. Apoiada em postulações tanto estruturalistas quando funcionalistas, essa análise intenta notar, em fragmentos da obra Aratea, de Cícero, o comportamento de um caso particular que, por meio de sua desinência característica, consegue estabelecer uma relação de dependência entre dois nomes substantivos. Trata-se, portanto, de um trabalho de descrição do genitivo em nível textual.

Palavras chave: Modificador; Semântica; Genitivo; Desinência

67. O Dativo Simpatético em “Persa” de Plauto
Grad. Luiz Pedro da Silva Barbosa (Letras-UFF)

Resumo: O dativo é o caso latino que tem a atribuição (favorecimento ou desfavorecimento) como acepção básica. Sua recorrência torna-o o caso típico dos objetos indiretos. Entretanto, o sentido do dativo se estende a outros usos, como o dativo simpatético. Assim, a presente comunicação pretende investigar os diferentes usos dessa forma específica de dativo, tendo como corpus a comédia Persa, de Plauto. Com base nos trabalhos de Antonio Tovar e Lisardo Rubio, a investigação procura confrontar duas teorias: uma que procura especificar ao máximo as diversas acepções de dativo e outra que o entende como caso unitário, cujo significado é único, sejam quais forem as especificações a ele atribuídas.

Palavras chave: Dativo; Plauto; Atribuição

68. O Conto dos Dois Irmãos – Uma análise Literária
Profa. Mestranda Patricia Cardoso Azoubel Zulli (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: Esta comunicação pretende apresentar os resultados parciais da pesquisa de mestrado em curso pela Universidade Federal Fluminense. Através da metodologia de Todorov e da teoria de Lucien Goldmann, pretende-se perceber como o Conto dos Dois Irmãos foi escrito, para quem foi escrito e quais seus possíveis usos na sociedade egípcia.

Palavras-chave: Literatura Egípcia; Antigo Egito; Metodologia de Pesquisa

69. O Conto dos Dois Irmãos – Uma análise Literária
Profa. Mestranda Patricia Cardoso Azoubel Zulli (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: Esta comunicação pretende apresentar os resultados parciais da pesquisa de mestrado em curso pela Universidade Federal Fluminense. Através da metodologia de Todorov e da teoria de Lucien Goldmann, pretende-se perceber como o Conto dos Dois Irmãos foi escrito, para quem foi escrito e quais seus possíveis usos na sociedade egípcia.

Palavras-chave: Literatura Egípcia; Antigo Egito; Metodologia de Pesquisa

70. O Conto dos Dois Irmãos – Uma análise Literária
Profa. Patricia Cardoso Azoubel Zulli (GEEMaat/CEIA-UFF)

Resumo: Esta comunicação pretende apresentar os resultados parciais da pesquisa de mestrado em curso pela Universidade Federal Fluminense. Através da metodologia de Todorov e da teoria de Lucien Goldmann, pretende-se perceber como o Conto dos Dois Irmãos foi escrito, para quem foi escrito e quais seus possíveis usos na sociedade egípcia.

Palavras-chave: Literatura Egípcia; Antigo Egito; Metodologia de Pesquisa

Sessão 20: O Feminino entre Guerras.
Coordenação:

71. Mulheres como espólio de guerra: o caso de Briseida e Criseida
Profa. Ma. Lilian Amadei Sais (USP)

Resumo: Qual é o espaço que um poema bélico (portanto voltado para aquilo que é masculino) como a Ilíada reserva para as mulheres que servem como espólio das façanhas guerreiras bem-sucedidas? Seriam elas escravas concubinas, servindo apenas como objeto sexual dos vencedores?

Na presente comunicação, nos propomos a analisar um pouco mais de perto qual era a condição social, por assim dizer, das mulheres cativas do poema de Homero, no que diz respeito a assuntos como o feminino, o sexo e o casamento.

Palavras-chave: Ilíada; Briseida; Criseida

72. Decifrando as guerreiras gregas: o mito de Hipólita, a rainha das amazonas
Grad. Marília Santos Colins (UFMA)

Resumo: Este trabalho tem como proposta realizar uma análise do mito de Hipólita, a rainha das amazonas levando em consideração as diferentes versões da narrativa. O mito que versa sobre a existência de uma tribo de mulheres guerreiras que, hipoteticamente viveram na Ásia Menor junto à costa do Ponto Euxino sempre exerceu um grande fascínio, pois, traz a tona, um dos grandes temores e, paradoxalmente o grande encanto do mundo masculino: a existência de mulheres guerreiras. O mito das Amazonas e, mais precisamente a figura de sua rainha, Hipólita quando analisada sobre a perspectiva do gênero nos proporciona interessantes perspectivas de análise não só do mito em si, mas de como o imaginário masculino – e também o feminino – da Antiguidade construiu um mito sobre mulheres que subverteram a ordem e adentram ao mundo masculino da guerra. Utilizaremos a História de Heródoto como uma das fontes de nossa pesquisa além de duas versões do mito e as teorias propostas por Joan Scott, Régis Boyer, Pauline Schmitt Pantel e Carol Glover.

Palavras-chave: Mitologia; Hipólita; Gênero; Mulheres guerreiras

73. A Figuração de Atena nas Cenas de Armamento e Partida do Guerreiro
Grad. Mateus Felipe Bento de Oliveira (UFRJ)

Resumo: Esta comunicação visa colocar em discussão uma pesquisa que se iniciou em abril de 2011 e que pretende desenvolver estudos sobre as cenas de armamento e partida do guerreiro, figuradas sobre a superfície de vasos de cerâmica áticos em um período que vai de aproximadamente 520 a 400 a.C, recorte temporal escolhido por ligar-se ao momento de maior força da democracia ateniense. Trata-se, portanto, de apresentar parâmetros para uma análise preliminar, e para isso foi escolhida a presença da deusa Atena como recorte temático da presente comunicação. Interessa-nos mapear os contextos de  representação da deusa e suas possíveis conotações sobre temas relativos à sociedade políade do período, como por exemplo a guerra, o civismo, relações familiares (principalmente pais e filhos, maridos e esposas), relação oikos/polis e representações de tempo e espaço particulares a esse tipo de iconografia. Partimos das questões colocadas por Lissarrague (1984) desdobradas em Andrade (1998), tomando as chamadas “cenas de partida” como uma temática recorrente nos vasos cerâmicos da Ática do período, capacitando-nos a constituir um corpus documental passível de seriação.

Palavras-Chave: Atena; Atenas Clássica; Cenas de Partida

74. Mulheres & Guerra: uma análise de As troianas de Sêneca
Grad. Andréia Belém (UFMA)

Resumo: A peça escrita por Sêneca é talvez segundo alguns críticos seu texto mais elaborado. Atentando para a condição feminina na Antiguidade, principalmente das mulheres da aristocracia em tempos de guerra quando essas perdem seu status: agora são simples espólio. Nosso objetivo é realizar uma análise de como Sêneca apresentou as mulheres da casa real troiana e, assim observar como a mulher era vista em época de guerra. Para tanto utilizaremos a análise de Zélia de Almeida Cardoso bem como Pierre Grimal e Giulia Sissa.

Palavras-chave: Guerra; Mulheres; As troianas de Sêneca

Sessão 21: Da Ironia à Sátira: o Cômico em Perspectiva.
Coordenação:

75. A paideia intelectualista de Sócrates
Prof. Mestrando Guilherme Celestino Souza Santos (UFRJ)

Resumo: O problema da educação (paideia) gerou diversas controvérsias entre os educadores e intelectuais na Antiguidade, em especial sobre o que deve prevalecer na formação. Abordaremos neste trabalho a perspectiva socrática, que privilegia o desenvolvimento intelectual. O modelo socrático caracteriza-se pela busca de fundamentação argumentativa nas ideias morais. Essa exigência gera conflitos com noções do senso comum, forçando o interlocutor, muitas vezes, a rever suas posições. Seu método consiste, portanto, na “ironia”, na presunção de saber no outro que evidencia sua ignorância e na “dialética”, demanda de critérios cognitivos – de modo que a ignorância uma vez assumida no momento irônico dê lugar a um pensamento sólido. O método socrático o caracteriza como educador, e, além disso, aponta para uma compreensão intelectualista da paideia.

Palavras-chave: Educação; Sócrates; Ironia

76. Anfitrião de Plauto: Uma Tragicomédia para se Alcançar o Riso
Prof. Mateus Henriques Buffone (UFPR)

Resumo: Os famosos versos 50 a 63 da obra Amphitruo de Plauto já geraram muita reflexão e debates entre os estudiosos do Teatro Antigo sobre o gênero teatral ao qual essa peça pertenceria. Tudo isso se deve principalmente à fala do deus Mercúrio no Prólogo aonde ele primeiro comenta que a peça seria uma tragédia (vv. 50-51) e logo em seguida anuncia que irá transformá-la em uma comédia (vv. 52-55), para no final anunciar que efetuará uma mescla e que a peça será portanto uma tragicomédia (vv. 58-63). Tendo esse problema em vista, nos propomos nesta comunicação, à efetuar uma breve análise da mescla de gêneros efetuada por Plauto no Amphitruo e como esse recurso é usado para ampliar o cômico de sua obra.

Palavras-chave: Comédia Romana; Plauto; Amphitruo

77. “Sine opus in mores”: a estética da falência no ‘modus loquendi’ da urbe intelectual de Persius Flaccus
Profa. Luciana Póvoa de Almeida Silva (UFRJ)

Resumo: O presente estudo tem por objetivo apresentar uma investigação inicial sobre a obra de Persius Flaccus, autor satírico cujo corpus literário traduz as decepções e inquietações de um universo alienado em sarcástica derrocada nas vielas do estoicismo – um dos meios mais eficazes de oposição aos césares, fomentando, desta feita, uma espécie de republicanismo ideológico. Nas veredas de um realismo lírico de sua urbe em decomposição moral, Persius Flaccus delineia, em suas seis sátiras, a estética de um hermético grotesco que engloba a inépcia, a ignorância, o despotismo, a indolência, entre outros índices da derrocada da “conduta humana e civil dos civis” – conforme as palavras Miquel Dolç, em sua introdução geral sobre as Sátiras de Persius na publicação da editora Gredos – incorporados em vocábulos radere et mordax.

Palavras-chave: Persius Flaccus; Sátira; Roma Imperial

Sessão 22: Novas abordagens: teorias e interpretações em revista.
Coordenação:

78. Arqueologia e economia romanas: novas abordagens
Prof. Alter Rodrigues Elvas Cordeiro (UFRJ)

Resumo: Esta comunicação tem por objetivo demonstrar como as novas abordagens da Arqueologia pós-processual têm ajudado no entendimento acerca da economia romana. Apresentaremos como se deu esta transformação na Arqueologia e como os novos trabalhos estão influenciando o estudo da História de Roma e, consequentemente, transformando o entendimento dos dois grandes modelos explicativos acerca deste assunto: o modelo primitivista e o modelo modernista.

Palavras-chave: História Antiga; Arqueologia; Economia

79. As novas acepções da Romanização sob a ótica do pós-colonialismo
Prof. Paulo Pires Duprat (UFF)

Resumo:  O objetivo deste trabalho é analisar como foi construído o conceito de Romanização, destacando como a política moderna contaminou as avaliações acadêmicas sobre a conquista romana. Essas acepções foram formuladas sob contexto eurocêntrico e ainda hoje influenciam os textos dos especialistas. Alguns estudiosos têm se dedicado a questionar esta categoria de análise, contextualizando-a como uma produção científica datada, que reflete os valores ingleses na época do neocolonialismo. É a teoria pós-colonial, que procura contestar esses pressupostos, buscando modelos interpretativos mais equilibrados. No novo modo de ver, a Romanização foi um processo que ocorreu numa dinâmica de negociação bidirecional, resultando numa síntese cultural. Autores de renome, tais como Richard Hingley, Sîan Jones, Paul Veyne e N. M. Mendes serão abordados.

 Palavras-chave: Romanização; Eurocentrismo; Pós-colonialismo

80. A sacralidade régia nos reinos germânicos da Alta Idade Média
Prof. Renan Marques Birro (Scriptorium-UFF/NEVE)

Resumo: Este trabalho analisou as principais fontes da Antiguidade, da Antiguidade Tardia e da Alta Idade Média sobre as características sagradas dos reis germânicos. Meu objetivo foi abordar os aspectos sacros que envolviam estes monarcas e promover uma discussão historiográfica sobre as interpretações que evidenciam ora o aspecto pagão ora o aspecto cristão dos príncipes na Alta Idade Média.

Palavras-chave: Rei; Realeza; Alta Idade Média

81. A antiguidade tardia
Prof. Mestrando Munir Lutfe Ayoub (PUC-SP)

Resumo: Podemos dizer que quando a antiguidade já havia chegado ao final na maior parte da Europa ela ainda resistia em uma região chamada Escandinávia, o paganismo e as antigas sociedades de clãs resistiam. Durante a antiguidade tardia podemos encontrar o ultimo conflito que marcou o fim da antiguidade no mundo europeu, este conflito se deu entre cristãos e pagãos, conflito que viria para a legitimação do poder absolutista que marcaria o fim da antiguidade tardia e o começo da Idade media por toda Europa, neste conflito encontramos guerras e hibridismos que marcaria a fé cristã e a Idade media europeia, podemos encontrar o sincretismo entre Thor e Cristo ou mesmo entre Odin e Deus, todos estes marcados por guerras como as de Harald Hardrada que levariam ao inicio de um período denominado Viking e o fim de um período denominado Antiguidade.

Palavras-chave: Antiguidade Tardia; Paganismo; Cristianismo

Jornada de Estudos da Antiguidade

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